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Empresas de MS que contratam presos recebem certificação nacional

Lançado em novembro do ano passado, o Selo Resgata tem como objetivo dar visibilidade às organizações que colaboram com a reintegração de presos

Geisy Garnes | 17/04/2018 15:42
Empresas de MS que contratam presos recebem certificação nacional
Na empresa de artesanato instalada no CT, na Capital, oito internos realizam atividades há quase dois anos (Foto: Keila Oliveira/Agepen)

Sete empresa de Mato Grosso do Sul - que oferecem trabalho a custodiados da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) - receberam o selo nacional de Responsabilidade Social pelo Trabalho no Sistema Prisional, projeto conhecido como Resgata.

Lançado em novembro do ano passado, o Selo Resgata tem como objetivo dar visibilidade às organizações que colaboram com a reintegração de presos ao mercado de trabalho, além de estimular novas parcerias. Em todo o Brasil, 127 instituições fizeram parte do processo e 113 delas atenderam aos requisitos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As sete instituições são as primeiras do Estado a conquistar a certificação nacional. “Outros estados já tomaram esse caminho e nós acreditamos que, futuramente, MS vai estar nessa lista de bons incentivos fiscais para esse tipo de iniciativa”, afirma a chefe da Divisão de Trabalho da Agepen, Elaine Cristina Souza Alencar Cecci.

Para as empresas que contratam mão de obra prisional não há encargos fiscais e trabalhista, como pagamento de 13º salário, férias e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Isso porque à relação de trabalho não é regida pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e sim pela Lei de Execução Penal.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, atualmente a instituição conta com quase 170 empresas parceiras que oferecem ocupação produtiva a detentos. “O trabalho é visto como uma das formas mais eficientes para construção da cidadania e de uma nova identidade à pessoa presa, por isso convidamos a todas as organizações a se cadastrarem para receber o Selo Resgata nos próximos ciclos”, destaca.

Para ele, o certificado do Ministério da Justiça e Segurança Pública vai reforçar o marketing social das empresas e incentivar novas parcerias, que juntas irão contribuir ainda mais para a redução dos índices da criminalidade. A concessão do Selo Resgata é válida por um ciclo e as instituições contempladas também podem se inscrever nas próximas edições, que devem acontecer ainda no primeiro semestre de 2018.

Empresas de MS que contratam presos recebem certificação nacional
Internos trabalhando na PED (Foto: Keila Oliveira)
Empresas de MS que contratam presos recebem certificação nacional
Produtos feitos pelos internos (Foto: Keila Oliveira)

As empresas - Receberam o Selo Resgata: Artesanato Folhas do Pantanal, Bataline & Gomes Ltda, Conselho da Comunidade de Campo Grande (MS), Induspan – Indústria e Comércio de Couros Ltda, Metalfriosolutions S/A, Prefeitura de Paranaíba, Wash Lave Tinturaria Lavanderia e Oficina de Costura.

Em apenas seis meses de atividade na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), o empresário John Paulo Gomes oferece emprego a sete internos com uma lavanderia instalada no presídio, que atende a comunidade que está no âmbito hospitalar.

“Por acreditar que a responsabilidade social não é somente do Poder Público, como cidadão tenho que fazer minha parte e o Selo certifica o trabalho que desenvolvo. Essas pessoas precisam apenas de oportunidade para a socialização, essencial para retornarem ao convívio na sociedade, e o trabalho é uma boa opção para que isso aconteça”, afirma.

“Precisamos deixar uma marca, plantar uma semente, ajudar a construir um mundo melhor. E encontramos através da adesão ao projeto uma forma de fazer isso acontecer”, explicou o gestor da Wash Lave Lavanderia, Adelaido Vila. A empresa utilizar mão de obra de reeducandas do semiaberto de Campo Grande há mais de quatro anos.

A qualidade da confecção e a boa produtividade são os pontos destacados pelo empresário Mariano Alcaras Filho, da Carandá Artesanatos, que há dois anos está instalada no Centro de Triagem em Campo Grande e que hoje trabalha com oito internos.

A Agepen também possui parcerias com órgãos públicos, dentre eles, a Prefeitura de Paranaíba, que também conquistou o Selo Resgata. No município, são 35 internos dos regimes semiaberto e aberto, envolvidos no projeto de ressocialização.

“A decisão para inscrição no Selo Resgata veio em busca da visibilidade, reconhecimento e credibilidade que o Selo promove, haja vista que a divulgação desse trabalho pode incentivar outras instituições a promoverem essa política de inclusão e ressocialização”, afirma a chefe de Divisão de Convênios de Paranaíba, Bruna da Silva Ferreira.

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