Falta de testemunhas é fator complicador de inquérito sobre morte de "Cirilo"
Ana Alice Barros, 24 anos, está internada sob escolta por morte de Rafael Costa dos Santos, de 32

Além de trágico, de investigação complexa. Assim é visto pelas autoridades policiais o episódio violento da manhã deste sábado que resultou em um homem morto e uma mulher ferida, no Jardim Batistão, em Campo Grande.
Ela está presa em flagrante, sob escolta, na Santa Casa de Campo Grande. O corpo dele ainda não havia sido liberado do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
De prova, até agora a Polícia Civil tem três facas encontradas no local e apreendidas, uma delas com lâmina de 30 centímetros. Os vizinhos ouviram gritos, e depois silêncio.
Pelo que se sabe até o momento, Rafael dos Santos Costa, de 32 anos, tentou invadir a casa de Ana Alice Barros, 24 anos, com quem viveu por 4 anos, e acabou sendo morto a facadas por ela. Segundo o boletim de ocorrências, na versão dela foi o homem que começou as agressões.
Mas não há testemunhas, tornando a apuração mais difícil. Ana Alice estava com três crianças na casa. Todos dormiam quando, segundo ela, Rafael invadiu o lugar, pulando o muro e arrombando a porta, armado de duas facas. Isso ocorreu antes das 6h.
Essas declarações foram feitas de forma breve, enquanto a mulher era socorrida pelos bombeiros, com ferimentos na mão e no braço.
Neste domingo (11), ela seguida internada na Santa Casa de Campo Grande. O hospital, por se tratar de preso custodiado pelo Poder Público, não dá informações sobre o quadro de saúde.
Para atender a previsão legal, Ana Alice precisa passar por audiência d custódia nesta segunda-feira (120, quando o juiz plantonista vai decidir se a prisão dela cumpre os requisitos e se vai ser mantida, ou se poderá responder em liberdade, ou com algum tipo de medida restritiva, entre elas o monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Quem vai investigar - Registrada no plantão da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) Cepol, no Bairro Tiradentes, o caso vai ser encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil), no Bairro Tijuca, responsável pela área onde o crime ocorreu.
Conforme apurado pela reportagem, também será enviada cópia para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). O boletim de ocorrências tem duas tipicações, homicídio simples, em relação à morte de “Cirilo”, e tentativa de feminicídio, relacionada aos ferimentos sofridos por Ana Alice.
Rafael dos Santos Costa tinha ficha corrida longa. Em 2015, foi preso por furto e já acumulava mais de 15 passagens. Também tinha condenação por violência doméstica em outro relacionamento.
A mãe de Ana Alice contou que o relacionamento, que a filha tentava encerrar, era abusivo, mas por “medo e vergonha”, nunca houve denúncia.