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Capital

Governo diz que licita obra do Aquário em 1 mês e espera conclusão em 2020

Vice-governador e titular da Seinfra afirma que já discute andamento do certame com o governador e tem buscado empresas envolvidas no projeto

Humberto Marques | 24/01/2019 18:56
Aquário do Pantanal foi lançado em 2011; governo espera licitar término em fevereiro. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Aquário do Pantanal foi lançado em 2011; governo espera licitar término em fevereiro. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

A Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) espera realizar em um mês os trâmites licitatórios para concluir o Aquário do Pantanal e, a partir dali, terminar o empreendimento em um ano. Vice-governador e secretário da pasta, Murilo Zauith (DEM) explica que a retomada dos serviços é complexa e deve contar com uma comissão montada para analisar cada item que falta para executar uma obra anunciada em 2011 e que, nesse período, viu-se envolvida em escândalos de corrupção e acusações de desperdício de recursos públicos.

“Conversei com o Reinaldo (Azambuja, governador) para construirmos a tarefa de entregar o mais rapidamente possível o Aquário por meio de licitação. Estamos falando com todos os envolvidos, pegando informações desde lá atrás”, afirmou Murilo na tarde desta quinta-feira (24), durante solenidade de posse da nova direção da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. “É uma obra diferenciada, que não se mede o orçamento pela quantidade, mas pela verba disponível”, emendou.

Segundo o vice-governador, muitas das máquinas e peças da estrutura do Aquário são importadas, demandando contato com as fabricantes para que sejam instaladas adequadamente ou postas em operação.

“As bombas que vão rodar a máquina são da Espanha, então precisa falar com a empresa para as ativar. Em outro setor a empresa é da Califórnia (EUA). São muitas coisas importadas. O Aquário do Pantanal é um projeto internacional, elaborado pelo arquiteto Rui Ohtake, que dimensionou até as peças, construídas para a estrutura. É uma obra atípica, na qual nenhuma empresa do Brasil tinha know-how”, prosseguiu Murilo.

A origem das peças criou um imbróglio recente, com a pichação da cúpula do Aquário do Pantanal no início de janeiro. A cobertura, de uma liga de titânio, foi feita por uma empresa da Holanda e não pode ser removida de qualquer maneira –pois pode ser danificada, ampliando o prejuízo. A situação também abriu debates sobre a segurança do canteiro de obras.

Murilo espera que, após licitação, Aquário seja concluído dentro de um ano. (Foto: Humberto Marques)
Murilo espera que, após licitação, Aquário seja concluído dentro de um ano. (Foto: Humberto Marques)

Segundo o vice-governador, será composta uma comissão para acompanhar cada item da obra e a necessidade para sua resolução. “Penso que depois da licitação, que sai em um mês, em um ano terminaremos a obra”, finalizou.

Histórico – O Aquário do Pantanal teve seu início em fevereiro de 2011, quando a Egelte Engenharia venceu licitação convocada no governo de André Puccinelli (MDB) para construir o Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, ao custo de R$ 84 milhões. A obra acabou subempreitada à Proteco Construções, em 2014, entrando na mira do Ministério Público durante a operação Lama Asfáltica.

Em 2016, a Egelte reassumiu a obra, mas diante de aditamentos ao contrato, que chegaram ao limite legal, o mesmo foi rompido. Em novembro de 2017, a segunda colocada no certame se recusou a terminar o Aquário. Até aí, a conta para finalizar a construção superava os R$ 200 milhões.

Uma tentativa de acordo judicial para o término do Aquário sem licitação, ao custo de R$ 38,7 milhões, acabou abandonado diante da demora para ser colocado em prática –às vésperas do período eleitoral, levando o MPMS a desistir da chancela. Neste mês, o governador Reinaldo Azambuja confirmou a realização de licitação para terminar o prédio.

Em dezembro, às vésperas de sua diplomação, Murilo disse ao Campo Grande News que o término do Aquário seria uma de suas prioridades à frente da Seinfra, por conta do volume de recursos já destinados ao empreendimento. Pelo mesmo motivo, Reinaldo admitiu terminar a obra, desde que contasse com respaldo de outros órgãos –o governador, em diversas ocasiões, disse ser contra a construção.

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