HU atribui vazamento de formol a descuido de funcionário
Hospital diz que produto é acondicionado em recipientes e recolhido por uma empresa do Paraná, que presta o serviço uma vez por ano

O vazamento de formol ocorrido no Hospital Universitário, em Campo Grande, no domingo (17), pode ter sido provocado por descuido de funcionário, informou o hospital. A administração do HU acredita que na hora da limpeza alguém tenha esbarrado no recipiente que acondiciona o produto, o que pode ter provocado uma rachadura.
Segundo a assessoria de imprensa do HU, o formol é acondicionado em recipientes, chamados bombonas, e recolhido por uma empresa do Paraná, que presta o serviço cerca de uma vez por ano.
A bombona que foi danificada tinha capacidade de cinco litros, porém, a quantidade de produto que vazou não passou de um litro. A assessoria de imprensa do hospital disse que, segundo informações de química responsável pelo HU, o formol já estava diluído e misturado com parafina.
A assessoria garante que o formol foi derramado apenas no chão da necropsia, e não na rede de esgoto, como informaram anteriormente. Porém, a explicação encontrada pelo hospital para o cheiro ter espalhado é o fato de o ralo da copa, que fica ao lado, estar rachado.
No dia do vazamento, os bombeiros foram ao hospital e jogaram areia no recipiente, o colocaram dentro de outra bombona maior e lacraram. O tenente-coronel dos bombeiros Joilson de Paula disse que os funcionários que estavam no prédio do centro cirúrgico no dia sentiram forte cheiro e suspeitaram que fosse gás, quando acionaram os bombeiros.
Segundo o tenente-coronel, ninguém passou mal, nem precisou de atendimentos. Em contato com a reportagem, funcionários do HU disseram ter sentido náuseas e dor de cabeça.
A assessoria de imprensa da Águas Guariroba confirmou que uma equipe da empresa foi até o local para verificar se houve vazamento para a rede de esgoto pública, na qual não foi constatado nenhum tipo de produto químico.
Descarte - De acordo com a assessoria de imprensa do HU, a última vez que a empresa do Paraná recolheu as bombonas de formol do hospital foi em novembro do ano passado.
O ambientalista Eduardo Romero chama a atenção para o descarte de resíduos hospitalares que não tem destino adequado. “Gera uma cadeia de problemas que aumenta cada vez mais”, alerta.
O descarte de substâncias químicas em ralo, segundo a engenheira ambiental Adriana Farina Galbiati, é uma prática comum em laboratórios e hospitais. Ela explica que o problema é que estes produtos, quando despejados na rede de esgoto, vão para a estação de tratamento, então geram dois impactos.
O primeiro é que, pela resistência dos produtos, eles não são atingidos e purificados antes de serem despejados no rio. O segundo impacto é nas bactérias responsáveis pelo tratamento, que o teor químico dos produtos diminui a eficiência delas.
A engenheira ambiental alerta ainda para os resíduos descartados também em residências, como remédios, que não se degradam e podem causar impacto ambiental. “A gente tem que ter responsabilidade pelo o que jogamos ralo abaixo”, pontua.