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Capital

Mãe de menino morto no lixão pede indenização de R$ 186 mil

Viviane Oliveira | 28/12/2012 15:20
Bem mais magra, mulher de poucas palavras e com semblante triste, Lucilene chora ao relembrar do caso. (Foto: Luciano Muta)
Bem mais magra, mulher de poucas palavras e com semblante triste, Lucilene chora ao relembrar do caso. (Foto: Luciano Muta)
O dia em que Maikon foi encontrado em meio a toneladas e toneladas de lixo. (Foto: João Garrigó)
O dia em que Maikon foi encontrado em meio a toneladas e toneladas de lixo. (Foto: João Garrigó)

Lucilene Correa, 39 anos, mãe do menino que morreu no lixão em dezembro de 2011, entrou com ação indenizatória no valor de R$ 186 mil por danos morais contra o Município. Hoje completa um ano que Maikon Correa de Andrade, 9 anos, morreu soterrado pela montanha de lixo, no bairro Dom Antônio Barbosa, saída para Sidrolândia, em Campo Grande.

Maikon estava junto com um amigo, de 12 anos, num lugar chamado de barranco, quando houve o desmoronamento em direção as crianças. O corpo dele só foi localizado depois de 20h de buscas em meio a toneladas e toneladas de lixo, chorume e degradação.

De acordo com o advogado da família, Antônio Mourão, a ação está baseada em uma perícia que a Polícia Civil fez na área do aterro sanitário. Foi constatado que não havia nenhum controle sobre o fluxo de pessoas que entravam no lixão. “Não há dúvida nenhuma que a falha é do município. A própria técnica de acomodação do lixo é inadequada”, afirma.

Entrar e sair do lixão era muito fácil para qualquer um. No local a placa que proibia a entrada de crianças e adolescentes ficava escondida, atrás de folhas secas de palmeira.

O que era para ser o posto de fiscalização com guardas municipais e fiscais estava abandonado. “Ao redor da área havia uma cerca, porém toda esburacada, qualquer criança entrava no local sem nenhuma dificuldade”, destaca, acrescentando que nunca houve um controle de entrada e saída de pessoas no local.

A Polícia Civil encerou inquérito sem que houvesse responsabilazação. “O caso agora será resolvido na esfera civil”, afirma.

O advogado entrou com a ação indenizatória, o município apresentou a defesa e nos próximos dias o juiz responsável pelo caso, Fernando Paes de Campo, deve marcar audiência. “Um ano depois a mãe do menino continua abalada e depressiva. Toda vez que ela vai ao meu escritório ela chora”, finaliza o advogado.

Em entrevista ao Campo Grande News na semana passada, a mãe de Maikon, Lucilene Correa, 39 anos, revelou um desejo de fim de ano que comove a qualquer um: ela quer arrumar o túmulo da criança, que foi sepultada no cemitério Cruzeiro.

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