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Capital

Mais um grupo de médicos da Santa Casa ameaça com paralisação

Depois dos celetistas, em torno de 300, agora são 50 profissionais autônomos que prometem restringir atendimento

Marta Ferreira | 26/06/2019 15:42
Médicos que ameaçam restringir atendimento trabalham no setor de ortopedia da Santa Casa. (Foto: Arquivo)
Médicos que ameaçam restringir atendimento trabalham no setor de ortopedia da Santa Casa. (Foto: Arquivo)

Mais um grupo de médicos da Santa Casa de Campo Grande ameaça restringir os atendimentos em protesto ao atraso nos pagamentos. Depois dos celetistas, em torno de 300, agora são os profissionais autônomos do setor de ortopedia, um dos mais movimentados do hospital, que prometem atender só casos de urgência e emergência, caso não recebam os atrasados até o dia 28 de junho, a próxima sexta-feira.

O Campo Grande News apurou que são 50 profissionais integrantes do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da instituição de saúde. Em documento encaminhado à Santa Casa, ao Conselho Regional de Medicina e ao Sindicato dos Médicos, o grupo reclama dos constantes atrasos e relata estar sem receber os meses de abril e maio. Por fim, o texto dá o prazo para o pagamento e informa que, a partir de primeiro de julho, se os débitos não forem quitados, só vai atender casos de urgência e emergência.

A Santa Casa, vale anotar, é o hospital referência na área de ortopedia, para onde vão, por exemplo, as vítimas de acidentes de trânsito na cidade.

Celetistas - Após assembleia realizada na noite de segunda-feira (24), médicos que têm carteira assinada pela Santa Casa decidiram paralisar, a partir de 19h sexta-feira (29) também por atraso nos pagamentos. De acordo com o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), ao todo, cerca de 300 médicos celetistas trabalham na Santa Casa.

Os dois grupos tem situação trabalhista diferente. Os autônomos são prestadores de serviço e, se pararem, correm o risco de perder os contratos além de cobranças judiciais pelo descumprimento. Os celetistas têm direito à greve, mas são obrigados a manter funcionando 70% do setor de urgência e emergência e 30% do serviço ambulatorial.

Segundo o Sinmed, caso a Santa Casa faça o pagamento do salário atrasado até o início da suspensão dos serviços, a paralisação será descartada.

Problema recorrente – Atraso nos pagamentos e ameaças de greve pelos médicos tem sido frequentes na unidade de saúde, a maior do Estado. O presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento, reuniu-se na tarde desta terça-feira com o secretário de Planejamento e Finanças da Prefeitura, Pedro Pedrossian Neto, para cobrar repasses que o hospital afirma estarem em atraso. A dívida é estimada em R$ 14 milhões.

A Prefeitura, conforme informação do estabelecimento, repassou esta semana R$ 1 milhão. Esse valor foi usado para pagar fornecedores de materiais e medicamentos.

Conforme apurou a reportagem, na reunião de ontem foi informado que há uma expectativa de novo repasse, em valor ainda não precisado, a fim de impedir problemas no atendimento. 

A Santa Casa afirma que precisa de R$ 8 milhões para resolver a situação financeira com os médicos.

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