Moradores cobram promessa antiga de asfalto e denunciam abandono de ruas
Chuva agrava situação e causa transtornos e prejuízos a quem vive no Jardim Auxiliadora
Moradores do Jardim Auxiliadora, em Campo Grande, reclamam da exclusão de parte do bairro do atual cronograma de asfaltamento. Apesar da promessa feita pela prefeitura desde 2022, seis ruas continuam sem qualquer intervenção e se tornaram praticamente intransitáveis. A situação, que se agrava em dias de chuva, tem causado transtornos, prejuízos e sensação de abandono entre os moradores da região, localizada entre bairros valorizados como Jardim Mansur e Vilas Boas.
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As ruas Bernardina Coutinho, Ari Coelho de Oliveira Neto, Maria Auxiliadora Diniz Laburu, Renato Vinholes Ferreira, José Luís Carneiro Camargo e Lázaro Delfino ficaram de fora da etapa em execução. O projeto da prefeitura, conforme informado em outdoor instalado na região, prevê a pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais no Jardim Mansur e Jardim Auxiliadora. A obra está dividida em duas fases: A e B. A fase A teve início em julho de 2024 e deveria ser concluída até 30 de junho de 2025. No entanto, moradores denunciam atrasos e impactos negativos causados pela movimentação de máquinas e caminhões.
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“Cadê nós? Por que o bairro foi dividido? Faltam cinco ruas e meia, são dois quarteirões só”, questiona a servidora pública Jorismary Lescano, de 36 anos. Os moradores têm procurado a prefeitura e vereadores em busca de uma solução, mas sem retorno efetivo.
O administrador de empresas e consultor Osvaldo Ramalho Neto, de 60 anos, mora há 12 anos no bairro e afirma que a falta de manutenção agrava ainda mais a situação. “A prefeitura subcontrata empresas que vêm aqui fazer drenagem e só pioram. Já jogamos cascalho várias vezes por conta própria em frente de casa para entrar com o carro. Eles cavam os terrenos, jogam terra, vira barro e não resolvem. Quando chove, é um lamaçal. Quando seca, é poeira pra todo lado. Isso não é serviço digno para entregar à população”, desabafou.
O empresário João Aparecido Domingues, de 40 anos, explica que todo o bairro constava no projeto inicial. “Há promessa desde 2022. A Etapa A está sendo feita, e nós, que estamos na parte B, não fomos contemplados. Não sabemos por que dividiram. A Rua Ari Coelho de Oliveira Neto era a melhor do bairro e agora é a pior. Tínhamos cascalho, mas a empresa veio, cortou a rua (via principal que corta o bairro) para instalar tubulação pluvial e deixou tudo destruído”, destacou.
Segundo a engenheira de alimentos Adriana Bastos Bonato, de 46 anos, comprou imóvel na Rua Ari Coelho de Oliveira Neto confiando na promessa de asfalto. “Perguntei para a corretora e ela me mandou link da prefeitura com o mapa mostrando que o asfalto chegaria. Hoje, esse link não existe mais. Já se passaram três anos e nada foi feito. Comprei acreditando na promessa pública de infraestrutura”, disse.

Além dos problemas para transitar, os moradores também relatam prejuízos financeiros. Um morador investiu na construção de cinco casas, mas não consegue vender nenhuma. Os compradores desistem ao ver o estado das ruas. “Nosso direito de ir e vir não está sendo respeitado. Caminhões da Solurb e da Águas Guariroba já ficaram atolados aqui. Entendemos que a drenagem precisa ser feita, mas não dá para deixar a rua intransitável desse jeito”, lamentou João Aparecido.
A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que há um cronograma de pavimentação previsto para a região, dividido em duas fases. Em nota, a pasta esclareceu que, no Jardim Auxiliadora, o projeto em andamento inclui obras de drenagem e pavimentação nas ruas Renato Vinholes, José Luiz Carneiro Camargo e Ari Coelho de Oliveira Neto, no trecho entre as avenidas Luiz Chabel e Rita Vieira.
As demais vias devem ser incluídas em uma próxima etapa, para a qual a prefeitura ainda busca recursos. Sobre o buraco citado pelos moradores, a secretaria explicou que ele faz parte das obras de drenagem do projeto Jardim Mansur/Auxiliadora, que ainda está em execução.
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