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Capital

No banco dos réus, acusados de decapitar jovem negam envolvimento com PCC

Adriano Fernandes e Rosana Lemes | 25/04/2022 21:21
No banco dos réus, acusados de decapitar jovem negam envolvimento com PCC
Sessão de julgamento dos réus, nesta segunda-feira (25). (Foto: Marcus Maluf)

Todos os dez acusados levados a julgamento pela execução de Laila Cristiane de Arruda, de 19 anos, negaram envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) durante o julgamento desta segunda-feira (25). Laila Cristina era garota de programa e teria sido morta pois estava mantendo contato, conforme a denúncia, com integrantes do CV (Comando Vermelho) de Mato Grosso e que é a principal rival do PCC. A audiência começou às 08h da manhã e o veredito só será divulgado amanhã (26).

O crime ocorreu em Sonora, a 364 quilômetros de Campo Grande, em 31 de maio de 2018. Laila foi sequestrada e decapitada, com os braços amarrados para trás em um canavial próximo do Rio Confusão. O corpo foi localizado no dia 1º de junho. Em depoimento nesta segunda-feira, Rodrigo França e  Alexandro Silva dos Santos admitiram ter levado a vítima até o local do crime, mas disseram que não sabiam que ela seria assassinada.

Além da dupla, Uanderson Ferreira Ananias, Gelson da Silva, Odimar dos Santos, Victor Hugo Lopes da Cruz, Vitória Valdina Souza da Silva, João Paulo da Silva, Maycon Douglas Almeida Gonçalves da Silva e Matheus do Nascimento Silva também foram levados ao banco dos réus.

Apontado como a pessoa que cedeu o quarto onde a vítima foi mantida refém, antes da morte, Odimar negou a acusação e disse apenas que já tinha visto Laila na "boate onde ela fazia programas". Sobre os outros réus, ele disse que só conhecia Victor Hugo ex-namorado da vítima, mesmo diante da constatação de que ele mantinha contato frequente com os outros acusados, conforme registros telefônicos. Odimar também disse que não "sabe o porque" os documentos da vítima foram encontrados na casa dele.

Todos os acusados disseram ter sido agredidos pelo delegado de Sonora, responsável pelo caso, Francis Flávio Tadano Araújo Freire. Matheus do Nascimento disse até ter tido o braço quebrado em uma das oitivas, contudo, não relatou as violências na audiência de custódia "por medo".

Durante a sessão nesta segunda-feira, o delegado afirmou que após a morte da jovem, a facção rival CV (Comando Vermelho) planejava uma retaliação. O julgamento dos 10 réus exigiu forte esquema de segurança, nesta segunda-feira por envolver facções criminosas. Devido a grande quantidade de acusados o julgamento só deve ser concluído nesta terça-feira (25).

Os dez réus são julgados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, organização criminosa e corrupção de menores, isso porque adolescentes são apontados como as pessoas que decapitaram Laila.

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