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Capital

Outdoor misterioso convoca vítimas a denunciar milícia alvo da Operação Omertà

O apelo foi fixado na entrada do Parque dos Poderes, próximo a local onde há dois meses faixa dava recado enigmático

Tainá Jara | 16/11/2019 16:08
Outdoor foi fixado no cruzamento da Rua Hiroshima com a Avenida Mato Grosso (Foto: Kisie Ainoã)
Outdoor foi fixado no cruzamento da Rua Hiroshima com a Avenida Mato Grosso (Foto: Kisie Ainoã)

Depois de faixas estampadas com provocação ao Judiciário, outdoor é o novo suporte utilizado em referência ao grupo de extermínio e milícia armada investigados na Operação Omertà, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) no fim do mês de setembro. A mensagem, no cruzamento da Rua Mato Grosso com a Rua Hiroshima, no Bairro Carandá Bosque, em Campo Grande, desta vez é um apelo às vítimas do grupo alvo das apurações.

O pedido de denúncia é acompanhado de contados da Garras, do Batalhão de Choque e do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. O outdoor estampa duas frases: “Salve a vida de seus filhos e limpe o Estado” e “O pior de uma sociedade é o silêncio dos inocentes”.

Na última quinta-feira, a imagem já circulava nas redes sociais, porém, não foi reconhecida nem pela Polícia Civil, nem pela PM e nem pelos promotores responsáveis pelas apurações como de autoria de um dos órgãos públicos.

A Avenida Mato Grosso, um dos acessos ao Parque dos Poderes, também foi escolhida no mês setembro como ponto para afixação de faixa com o seguinte questionamento: "O que acontece com o rato que solta o gato?". A frase foi acompanhada de figuras de personagem do conto Flautista de Hamelin, com desenho também de um rato e de um gato preto.

Na época, um dos envolvidos na investigação que apura atuação de milícia em Mato Grosso do Sul, responsável por enviar a foto ao Campo Grande News, disse que o recado tinha como alvos juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça, que, na ocasião, julgariam o pedido de habeas corpus em favor de presos durante a Omertà. 

No dia 1º de outubro, dias depois da operação, faixas com parabéns pelas prisões amanheceram afixadas em frente às sedes de órgãos da Polícia e do Judiciário que desencadearam a força-tarefa. Os banners, que diziam “as famílias agradecem os heróis que prenderam a milícia que mata” e “queremos justiça”, foram colocados em frente aos prédios da Garras, do Gaeco, do Batalhão de Choque e próximo ao TJMS.

As faixas apareceram dois dias depois das prisões, no dia 27 de setembro. Apontado como chefe de milícia, o empresário Jamil Name foi principal alvo da operação. Ao todo, foram expedidos 23 ordens de prisões: sendo 13 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de prisão temporária em Campo Grande. A força-tarefa ainda tinha 21 mandados de busca e apreensão para cumprir.

No mês passado, menos de um mês depois da Operação Omertà, o empresário Jamil Name, 80 anos, o filho, Jamilzinho, 42 anos, e mais 19 pessoas, entre elas 15 agentes públicos de segurança, viraram réus por crimes de organização criminosa armada, formação de milícia privada, corrupção ativa de servidores públicos, tráfico de armas e extorsão.

Faixa afixada próximo ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso Sul (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Faixa afixada próximo ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso Sul (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Faixa colocada na entrada do Parque dos Poderes, nos altos da Mato Grosso. (Foto: Direto das Ruas/Arquivo)
Faixa colocada na entrada do Parque dos Poderes, nos altos da Mato Grosso. (Foto: Direto das Ruas/Arquivo)
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