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Cidades

Polícia pede prisão preventiva de 6 envolvidos em morte no Anache

Danúbia Burema e Ricardo Campos Jr. | 29/12/2010 16:55

Inquérito foi concluído e resultado apresentado hoje em coletiva.

Cinco dos seis presos estão na 2ª Delegacia de Polícia da Capital. (Simão Nogueira)
Cinco dos seis presos estão na 2ª Delegacia de Polícia da Capital. (Simão Nogueira)

O delegado Fábio Anderson Ribeiro Sampaio, da 2ª Delegacia de Polícia da Capital, pediu à Justiça a prisão preventiva dos seis homens envolvidos na morte de Daniel Delmondes dos Santos, linchado por vingança no dia 5 de dezembro no Jardim Anache, em Campo Grande.

Aguardam resposta da Justiça Paulo Roberto Lopes, de 41 anos, Nilson da Silva Roma, de 19 anos, Everton Rafael Pereira, de 22 anos, Celso Mendonça Pereira, de 37 anos, Eleandro da Silva Araújo, de 18 anos e Cleverson Rafael Pereira, de 21 anos.

Os seis já foram indiciados por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e por usar de meio que impossibilitou defesa da vítima. Everton Pereira é militar e está sob custódia do Exército. Os demais permanecem na 2ª Delegacia.

Paulo e Nilson foram presos no dia 8 de dezembro, três dias após o crime. Os demais foram presos no dia 9. Eles estão sob custódia temporária, mas a Polícia quer que permaneçam presos pelo menos até o julgamento.

Os indiciados negam a autoria do crime, mas o delegado do caso garante que tem indícios suficientes para comprovar a participação deles. Ele explica que os seis tiveram maior participação na morte, mas outras pessoas participaram das agressões contra Daniel.

Por conta disso, ressalta que se surgirem novos indícios que demonstrem o envolvimento dessas outras pessoas, eles serão devidamente apurados.

Linchamento - No dia 5 de dezembro o filho Daniel, de 15 anos, e o de Paulo, Lucas Jonathan Pereira Lopes, de 16 anos, estavam em uma festa e se desentenderam devido a uma rixa antiga. Lucas agrediu o jovem com um chute e ele revidou com um tiro.

Daniel, pai do adolescente que atirou, soube que o filho estava com uma arma e foi atrás dele para tentar impedir o crime. Já o pai do outro garoto, Paulo, lembra que o filho pediu para ir a um show, mas ele negou e por isso o rapaz ficou em frente de casa com os amigos.

Paulo contou em coletiva concedida nesta tarde que foi acordado por conhecidos depois que seu filho foi baleado e ao sair de casa tentou reanimá-lo, mas não teve sucesso.

Ele afirma que nesse momento ainda não sabia quem era o assassino do filho e quando Daniel chegou, ainda estava tentando socorrer o garoto.

Na versão do pai, os vizinhos que viram o crime ficaram revoltados porque Lucas era trabalhador e foram eles quem começaram a agredir o pai do assassino. “Eu não dei facadas no Sr. Daniel, não matei ninguém”, garante.

Inquérito - Investigações apontam que foi Celso Mendonça Pereira quem instigou o crime. De acordo com o inquérito, ele disse “esse é o pai do assassino, não vamos deixar esse cara sair daqui não, se não achar o filho vamos matar o pai”. Em seguida, várias pessoas tiraram o pai do garoto e o agrediram com chutes, socos e pedradas.

No meio do linchamento, Paulo entrou em casa e pegou uma faca. De acordo com a Polícia, ele foi o primeiro a desferir uma facada e Daniel ainda tentou implorar por sua vida dizendo “vamos tentar primeiro socorrer o seu filho, depois a gente vê o que faz comigo”, conforme aponta o inquérito.

O delegado responsável pelo caso informou que a primeira facada foi dada por Paulo e a última por um adolescente que já foi apreendido pela Deaij. Apesar disso, todos os demais se envolveram direta ou indiretamente.

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