Policial penal que atirou em carro de PM é transferido pela Agepen
Jonildo foi transferido para unidade vizinha ao do militar que estava no carro alvo dos tiros

O policial penal preso ao atingir com tiros o carro de um policial militar na Avenida Eduardo Elias Zahran, na região leste de Campo Grande, foi transferido de local de trabalho pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). A informação consta em boletim interno de remoção.
Jonildo Domingos da Silva, de 41 anos, já foi solto após pagamento de fiança no valor de um salário mínimo. De acordo com o documento da Agepen, a remoção passa a valer a partir desse sábado (7) e foi feita por orientação da Corregedoria-geral.
"Removido por motivo operacional", consta no comunicado da agência penitenciária, informando que ele deixará de trabalhar no Cope (Comando de Operações Penitenciárias), em Campo Grande, para atuar no PTran (Presidio de Trânsito), localizado no complexo penitenciária do Jardim Noroeste, também na Capital.
O policial penal Jonildo Domingos da Silva, de 41 anos, preso após atirar no carro em que estava um policial militar em plena Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande, foi liberado após pagar um salário mínimo de fiança.
Em depoimento à polícia após o incidente na Zahran, Jonildo afirmou ter agido dessa forma após o motorista sacar a arma e ameaçar motoristas. O policial penal atirou no Fiat Argo dirigido por Carlos Henriques Quintas Júnior, policial lotado na escolta do Presídio, a Máxima de Campo Grande - ou seja, agora vão trabalhar próximos.
Delegacia - Após o incidente, ele acabou indo parar na delegacia e explicou que cruzou a primeira vez com o militar na Avenida Fernando Côrrea da Costa e não sabia se tratar também de um policial - ele estaria sacando uma arma e apontando para os motoristas que passavam pela via para conseguir sair do acostamento e entrar na pista.
Após presenciar a cena e alta velocidade do Argo, Jonildo decidiu acompanhar o veículo, ligar para o 190 e passar as coordenadas do então suspeito em "tempo real". Por alguns metros, chegou a perder o motorista de vista e só na Avenida Eduardo Elias Zahran, na altura da TV Record, o encontrou novamente, efetuando então os tiros.
Contudo, os disparos só foram feitos após os carros de ambos ficarem emparelhados no semáforo e, na versão do policial penal, os dois envolvidos teriam se olhado. Carlos teria debochado dele e levado a mão na perna, como se fosse sacar uma arma.
Jonildo afirma que, neste momento, sacou a própria pistola e se identificou como policial, descendo do carro. Afirmou ainda que, ao invés de seguir as ordens, Carlos sacou a arma. Ele se escondeu atrás do carro e disparou, e só então o suspeito se apresentou como policial militar a ele.
Outro lado - Carlos também foi levado para delegacia, já que outros motorista afirmaram ter visto ele dirigir em zigue-zague na Zahran. Ao delegado Nilson Friedrich, negou toda a história contada pelo outro policial e explicou que, na noite anterior, bebeu três taças de vinho com um amigo. No momento do incidente, ele estava indo para casa.
Segundo ele, o tiro veio "do nada", sem qualquer discussão no trânsito, manobra perigosa ou alta velocidade, que pudesse justificar a ação. No momento do flagrante, Carlos recusou fazer o teste do bafômetro, mas no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal), fez o exame que apresentou negativo para embriaguez.
Ainda assim, Carlos foi indiciado por direção perigosa. Após prestar depoimento, também foi liberado pela Polícia Civil. O caso segue aberto e em investigação. Tudo aconteceu na manhã do dia 30 de julho, uma sexta-feira.