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Capital

Prefeitura abre buracos para evitar nova invasão e causa polêmica

Alan Diógenes | 05/11/2015 08:08
Moradores disseram que máquina da prefeitura abriu buracos em terreno para que invasores não voltassem. (Foto: Fernando Antunes)
Moradores disseram que máquina da prefeitura abriu buracos em terreno para que invasores não voltassem. (Foto: Fernando Antunes)

Mais uma invasão gerou polêmica em um dos bairros de Campo Grande. Desta vez, o caso aconteceu na Avenida Dinamarca, entre as ruas Pará e Sudão, no Jardim Batistão. Segundo moradores, uma máquina retroescavadeira, conduzida por um funcionário da prefeitura, esteve terça-feira (3) no local e fez buracos no terreno para que as 12 famílias não voltassem a ocupar a área.

Eles classificaram a ação, que teve apoio da Polícia Militar, Civil e Guarda Municipal, como “grosseira”. “Chegaram aqui atropelando todo mundo e enquadrando como se fossemos bandidos. Depois que saímos, uma máquina veio e começou a abrir valetas para que a gente não voltasse a construir os barracos”, explicou um dos invasores Ronaldo Lima, 28 anos.

Ele que morava no local com dois sobrinhos ainda crianças, há mais de quatro anos, disse que apesar do terreno ser da prefeitura, nunca foi limpo e estava abandonado quando chegou. “Cheguei aqui e paguei R$ 400 para limpar, sem falar que sempre mantinha ele limpo. Nunca se preocuparam em limpar o local, agora que aumentou no número de famílias morando aqui, eles aparecem para encher o saco”, destacou Ronaldo.

O montador Carlos Sabala, 27, que mora em frente ao terreno, não concorda com a desocupação feita pela prefeitura. Também disse, que apesar de existir uma creche em frente ao terreno, a prefeitura nunca se preocupou em limpar a área, o que aumenta o risco de doenças transmitidas por insetos, além de causar falta de segurança.

“O mato sempre esteve alto neste terreno e a gente tinha medo de que criminosos se escondessem aí. O pessoal que invadiu sempre deixava o terreno limpo. Agora a prefeitura tira eles e não constrói nada aí, por exemplo, precisamos de uma área de lazer”, comentou Carlos.

Antônio disse que até PM e PC estiveram presentes em desocupação. (Foto: Fernando Antunes)
Antônio disse que até PM e PC estiveram presentes em desocupação. (Foto: Fernando Antunes)
Carlos falou que invasores limparam terreno abandonado há décadas pela prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)
Carlos falou que invasores limparam terreno abandonado há décadas pela prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)

O pedreiro Antônio Almeida Barbosa, 50, confirmou a presença da PM, PC e Guarda durante a desocupação. Para ele, a ação foi desnessária. “Quem invadiu precisa de casa, melhor do que deixar o terreno abandonado. Moro aqui em frebte e via o pessoal trabalhando, trazendo as madeiras para fazer os barracos, você acha que quem invade desta forma, tem condição de comprar uma casa”, finalizou.

Na Rua Alto da Serra, nas Moreninhas II, saída para São Paulo., 30 famílias decidiram reocupar uma área da prefeitura, no dia 23 do mês passado. Sem teto foram retirados do imóvel há um ano. A invasão começou a ser organizada, quando o grupo pagou R$ 150 pela retirada do lixo, de entulho e do mato da área.

Uma das invasoras, Maria José da Silva, 45, está desempregada, e mesmo sem ter condições de comprar uma casa teve que sair do terreno, após intervenção da Guarda Municipal. “Ninguém conseguiu ficar, porque um levantava um barraco, no outro dia a Guarda ia lá e derrubava. Muita gente teve medo de uma ação mais truculenta e desistiu de ficar”, contou.

Também no mês passado, um grupo com 14 famílias invadiu um terreno da prefeitura, na Rua Monalisa, no Bairro São Pedro, também na saída para Sidrolândia. Dez pessoas, representantes das famílias, passaram uma noite no local e dividiram lotes.

Sem casa para morar, último invasor ainda está no terreno como sem teto. Ele contou que não sabe para onde ir. (Foto: Fernando Antunes)
Sem casa para morar, último invasor ainda está no terreno como sem teto. Ele contou que não sabe para onde ir. (Foto: Fernando Antunes)
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