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Capital

Primo de rapaz morto em show afirma que agente atirou após ser agredido

Nyelder Rodrigues e Bruna Kaspary | 03/10/2017 19:30
Advogado do autor do disparo, José Roberto Rosa, acompanhou o depoimento nesta tarde (Foto: Marcos Ermínio)
Advogado do autor do disparo, José Roberto Rosa, acompanhou o depoimento nesta tarde (Foto: Marcos Ermínio)

O primo do pedreiro Adílson Silva Ferreira dos Santos, morto com um tiro durante um show musical no dia 24 do mês passado, no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, depôs na tarde desta terça-feira (3), na 3ª DP (Delegacia de Polícia Civil), e afirmou que o autor do disparo foi agredido pela vítima.

Joseilton de Souza Cardoso, de 34 anos, é agente penitenciário federal e, por isso, pôde permanecer armado no show. Ele estava na fila do banheiro quando foi iniciada a confusão que terminou em morte. Hoje, foi ouvido novamente.

Conforme o depoimento do primo de Adílson, que não teve o nome revelado, o pedreiro estava com outros dois rapazes, enquanto Cardoso estava sozinho no local. O advogado dele afirma que o tiro foi dado em legítima defesa.

A defesa do agente é feito por José Roberto Rodrigues Rosa, que foi à delegacia acompanhar o trabalho. Ao todo, 18 testemunhas já foram ouvidas. Há relatos que o primo que prestou depoimento hoje participou das agressões, fato negado por ele enquanto conversou com a polícia.

O motivo da confusão ainda não foi revelado, mas a polícia, por ora, já sabe que houve agressões contra Joseilton, restando saber se elas foram recíprocas ou apenas o agente foi agredido.

"No laudo do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e na versão do agente, houve agressão. Agora, se só um apanhou não é briga, é surra", comenta o delegado Paulo Henrique Sá, responsável pela apuração.

Adílson tinha 23 anos e foi atingido no peito pelo disparo. Já o agente penitenciário, que não tinha passagem pela polícia, foi preso em flagrante, permanecendo ainda detido. A arma usada, uma pistola .40, foi apreendida.

Tipificação - O caso segue enquadrado como homicídio simples, mas a defesa de Cardoso pretende pleitear uma mudança de tipificação. "Pode ser que jã caminhemos de início para um crime lesão corporal com resultado em morte", frisa Rosa.

Além disso, o advogado revela que deve entrar em breve com pedido de liberdade do agente penitenciário. Ele também comenta não acreditar que sejam encontrados mais agravantes no caso. "Não há crime qualificado", responde Rosa. Já o delegado Paulo Henrique Sá pediu mais cinco dias para concluir o inquérito.

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