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Capital

Professores demitidos da UFMS voltam ao trabalho amanhã

Jorge Almoas | 14/03/2011 17:12

Os professores efetivos do curso de História da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Cezar Augusto Carneiro Benevides e Nanci Leonzo, que foram demitidos pela reitora Célia Maria da Silva Oliveira em dezembro do ano passado, voltam ao trabalho nesta terça-feira. Eles entraram com recurso na justiça para reverter a decisão que levou à demissão.

Ambos foram exonerados do cargo de professor enquanto cumpriam suspensão de 90 dias determinada pela reitoria a partir de 15 de dezembro de 2010, prazo que vence amanhã. Uma semana após a suspensão, os docentes foram exonerados, como constam em publicação no Diário Oficial da União.

Cezar Benevides é acusado pela reitora Célia Maria de ter se beneficiado da compra de 2,5 mil livros comprados em 2006 do acervo da professora doutora Nanci Leonzo.

Nanci e Cezar viveram um relacionamento no período do final da década de 1980 até o início dos anos 2000, o que foi considerado vantagem na compra das obras literárias.

A aquisição dos livros foi realizada na época em que Cezar era pró-reitor de graduação e a compra foi realizada por meio da Fadems (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Educação de Mato Grosso do Sul), com aprovação do Conselho Universitário.

Segundo o professor, a compra de livros respeitou os parâmetros exigidos pela legislação. “O acervo da professora Nanci é muito rico e até já foi elogiado pelo MEC [Ministério da Educação]”, ressaltou Benevides, em entrevistas anteriores para o Campo Grande News.

Por diversas vezes, Cezar declarou que era alvo de perseguição por parte da reitora Célia Maria, com quem disputou o cargo em 2008. Ele cita que nos três meses em que cumpriu a suspensão não recebeu salário.

“Enquanto isso tem três professores do curso de História que estão de licença médica há um ano, recebendo normalmente”, comenta o professor.

Durante a suspensão, Cezar catalogou 300 dos quase 4 mil livros do acervo da UFMS e enviou cópias de algumas obras para o cofre da Polícia Federal, para que não sejam extraviadas.

“Nessa briga toda, os maiores prejudicados são os alunos, que há meses tem aulas apenas com professores voluntários”, pontua Benevides.

Na publicação do Diário Oficial que oficializou a demissão de Cezar e Nanci no dia 22 de dezembro do ano passado, a reitora ratifica que os professores cometeram improbidade administrativa ao “receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público”, entre outros tópicos.

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