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Capital

Sem médicos, secretário atende a crianças doentes em UPA na Capital

Antes de Marcelo Vilela chegar, segundo usuários, a situação era de caos diante da demora no atendimento

Viviane Oliveira e Kerolyn Araújo | 17/03/2019 16:19
Usuários aguardam atendimento no saguão da unidade de saúde (Foto: Paulo Francis)
Usuários aguardam atendimento no saguão da unidade de saúde (Foto: Paulo Francis)

Sem pediatras e com apenas dois médicos clínico-gerais para prestar serviço a dezenas de pacientes na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, o secretário de Saúde de Campo Grande, Marcelo Vilela, foi à unidade atender crianças e adultos. Segundo as mães, até então, a situação era de caos e descaso. Mesmo com reforço, houve gente que foi embora sem atendimento.

Por volta das 13h30, a dona de casa Jaqueline Delmondes, 31 anos, procurou à unidade em busca de auxílio médico para a filha de 4 meses, que nasceu prematura e está resfriada. Porém, foi informada que não havia médicos pediatras ou mesmo previsão de atendimento.

Depois de duas horas, Jaqueline acabou desistindo. “Tem de ter pediatra nas unidades de pronto-atendimento. A criança não escolhe quando vai ficar doente. A gente gasta dinheiro com condução para vir até o posto de saúde e ainda tem que ir embora sem atendimento”, lamentou. A dona de casa mora no Bairro Estrela do Sul. 

Depois de muito custo, Janaína Socorro da Cruz Rezende, 30 anos, conseguiu atendimento para o filho de 8 anos que durante brincadeira na rua quase teve um dos dedos do pé decepado.

Jaqueline desistiu e foi embora sem atendimento  para a filha de 4 meses (Foto: Paulo Francis)
Jaqueline desistiu e foi embora sem atendimento para a filha de 4 meses (Foto: Paulo Francis)

“Cheguei aqui desesperada. Meu filho perdeu muito sangue. Mas, ninguém foi capaz de pegar uma cadeira de rodas para me ajudar”, reclamou. A criança foi atendida e aguarda transferência para a Santa Casa. O desafio agora é conseguir uma vaga no hospital e ambulância para fazer o transporte.

Os pacientes relataram à reportagem que além de não ter médico, alguns funcionários tratam os usuários muito mal. “O serviço aqui é muito ruim. Hoje de manhã, cerca de 30 crianças aguardavam atendimento. Os funcionários tratam a gente com má vontade e ninguém informa nada”, afirmou.

Ele disse que chegaram a chamar os Guardas Municipais para os usuários que tentavam saber se seriam atendidos ou não. “Não havia necessidade disso tudo, pois ninguém tinha se exaltado. A coisa só começou a andar depois que o secretário chegou”, disse.

A telefonista Regiane Bueno que por volta do meio-dia entrou em contato com a redação para reclamar da situação na unidade conseguiu atendimento para o filho de 3 anos. Ele foi consultado pelo secretário e aguarda exame de raio-X. O menino está com pneumonia.

A reportagem tentou falar Vilela mas, diante da demanda de atendimentos, não foi possível. Indagada sobre a situação, a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) respondeu que, desde o começo do ano, Marcelo Vilela tem feito atendimento em postos de saúde com frequência. 

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