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Cidades

Falta de planejamento do interior pode lotar Santa Casa

Redação | 23/12/2008 09:22

A Santa Casa de Campo Grande garante que já começou a sofrer pela falta de médicos especialistas no interior do Estado. Ontem, em um intervalo de doze horas, o hospital recebeu três pacientes de Três Lagoas, com a alegação de falta especialistas e até por conta de tomógrafo estragado. Mas segundo a Santa Casa, os pacientes sequer precisavam passar por exames, necessitavam apenas de observação clínica.

O hospital reclama da atitude de municípios do interior que, mesmo com a Santa Casa enfrentando superlotação com oito pacientes na emergência do pronto socorro e mais cinco no centro cirúrgico aguardando vagas na enfermaria do hospital, não param de enviar doentes à Capital.

De acordo com o hospital, caso os municípios do interior não cumpram as escalas e fiquem com os exames parados, será instalado o caos na saúde pública. Somente neste fim de semana aconteceram vinte acidentes em todo o Estado, sendo que a maioria deles foram atendidas na Santa Casa de Campo Grande.

O Samu reclama da falta de planejamento com antecedência pelas prefeituras do Estado. "Em Campo Grande a elaboração das escalas de final de ano começou há 60 dias", diz Eduardo Cury, responsável pelo serviço móvel de urgência.

O medo é que, a exemplo de Três Lagoas, as secretarias municipais de saúde tenham deixado para última hora a convocação dos médicos, abrindo "buraco" na escala, diz Cury.

Na tentativa de evitar cobranças do Ministério Público, O SAMU e a Santa Casa já fizeram uma denúncia junto ao Ministério Público Estadual,sobre o envio de pacientes do interior sem autorização da Central de Regulação.

"Os encaminhamentos indevidos começaram a ser registrados nos últimos dias e os mesmos vêm causando transtornos para as principais unidades de atendimento de saúde da Capital. Como já foi amplamente divulgado, as festas de final de ano aliadas ao período de férias se tornam uma grande preocupação para diversos setores, em especial ao da saúde pública que se vê às voltas com um grande número de atendimentos de urgência e emergência. O fator se agrava quando, no interior, as escalas de plantão médico são reduzidas, o que obriga ao envio de pacientes para a capital. A Santa Casa e O SAMU, no intuito de evitar a superlotação e a queda na qualidade do atendimento, visto que os hospitais da cidade se programaram para realizar um atendimento à altura da população, alertam: todas as irregularidades serão denunciadas ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina", diz assessoria de imprensa da Santa Casa.

Ordem judicial - Em Camapuã, na semana passada, a Justiça teve de intervir para garantir os plantões médicos. Caso os profissionais não cumpram a decisão, pagarão multa de R$ 3 mil por plantão e podem ser presos em flagrante por prevaricação e desobediência. A sentença atende à ação civil pública com pedido de liminar impetrado pelo promotor de Justiça da Cidadania, Fabrício Proença de Azambuja.

A ação aponta que, no hospital da cidade, atendimentos de urgência e emergência não eram prestados porque a Secretaria Municipal de Saúde teria sinalizado aos médicos que não pagaria os plantões devido a ajustes das contas para fechamento do mandato do prefeito. Diante da ameaça de não receberem o pagamento dos plantões de dezembro, os médicos teriam se negado a trabalhar.

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