Homem que esfaqueou advogado deve cumprir mais de 20 anos de prisão
Juliander cumprirá 18 anos e 6 meses de reclusão pelo homicídio e mais 2 anos e 5 meses por omissão e destruição do cadáver.
Juliander de Oliveira Alcântara, de 26 anos, foi condenado a 20 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato do advogado Valmir Leite Junior, de 33 anos. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado em seu veículo, no dia 16 de fevereiro de 2017 em Dourados, cidade a 233 quilômetros de Campo Grande.
O autor foi preso no dia seguinte ao crime e confessou ter matado o advogado depois de um suposto tapa no rosto, durante uma discussão. Ele foi levado a júri popular, esta tarde (27) na 3ª Vara Criminal do Fórum municipal.
Pelo crime de homicídio Juliander foi condenado a 18 anos e 6 meses de reclusão e mais 2 anos e 5 meses por omissão e destruição do cadáver. A pena será cumprida na Penitenciária Estadual de Dourados.
O crime – Um suposto tapa no rosto durante uma discussão teria motivado Juliander a matar e carbonizar o corpo do advogado Valmir Leite Junior, 33 anos, segundo o próprio suspeito. O advogado havia levado Juliander para se apresentar à Justiça em Ponta Porã, na quarta-feira (15).
O rapaz cumpre pena no regime semiaberto, no entanto, por algum motivo burocrático, não pôde ser apresentado. Os dois teriam retornado à Dourados no mesmo dia e, no caminho, pararam para beber. Já embriagados, eles seguiram rumo a casa da mãe de Juliander, onde ele pegaria roupas e objetos e seguiria para outro destino, uma chácara.
Antes de chegarem ao local, os dois discutiram e, segundo o suspeito, o advogado teria lhe agredido com um tapa no rosto e o xingado de moleque. Irritado com a situação, quando chegou da casa da mãe, Alcântara pegou uma faca e voltou para o carro.
No meio do caminho rumo a chácara onde ficaria, pediu que o advogado parasse o veículo para que pudesse urinar, aproveitou a situação e esfaqueou a vítima. Após constatar que Valmir estava morto, o suspeito teria pego o corpo do advogado e colocado no porta-malas. Com o veículo da vítima, ele disse que voltou para casa, tomou banho e trocou de roupas.
Ele ainda teria passado num posto para comprar combustíveis e incendiar o carro do advogado com o corpo dentro. O carro foi encontrado numa estrada vicinal que liga o Jardim Guaicurus e o Estrela Verá. A prisão de Alcantara foi realizada por policiais civis do SIG (Serviço de Informações Gerais) na tarde de ontem.
Eles chegaram ao suspeito após ouvir familiares e amigos do advogado. Juliander já acumulava passagens por tentativa de homicídio e tráfico de drogas.
Processo - Em maio de 2017, no decorrer do processo, a Justiça chegou a determinar que fosse realizado exame de sanidade mental no réu, após solicitação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que atua no caso como defesa. Foi sugerida até mesmo a possibilidade de tratamento ambulatorial ou internação de Juliander, segundo o site Fátima em Dia.
Mas em outubro passado o magistrado designou para o dia 13 de novembro a "realização de audiência de instrução e julgamento, com oitiva de todas as testemunhas e interrogatório", após ter recebido o resultado do exame de insanidade que "considerou o denunciado parcialmente incapaz".
E no dia 9 de fevereiro o juiz Cesar de Souza Lima, da 3ª Vara Criminal da comarca, designou que ele fosse levado a júri na data de hoje.