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Interior

Justiça manda destruir maconha da maior apreensão do País e decreta preventiva

Do Rio Grande do Sul, motorista foi descoberto por policial federal de Ponta Porã ao chamar atenção em hotel

Aline dos Santos | 22/05/2020 09:08
As 28 toneladas de maconha estavam cobertas por pequena camada de milho. (Foto: Divulgação/PF)
As 28 toneladas de maconha estavam cobertas por pequena camada de milho. (Foto: Divulgação/PF)

Motorista do caminhão que levava carga de 28 toneladas de maconha, a maior apreensão feita no Brasil, Vanderlei Cesar Hermann, 38 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Naviraí. Já o destino da volumosa carga será o fogo. Na decisão, o juiz federal Luciano Tertuliano da Silva determinou que seja guardada amostra da droga para confecção do laudo definitivo e eventual contraprova.

Do Rio Grande do Sul, Vanderlei foi preso em flagrante na última quarta-feira (dia 20), próximo ao município de Tacuru. Ele disse que receberia R$ 40 mil para levar a droga de Ponta Porã até São Leopoldo (RS), lá, o caminhão seria deixado no pátio de uma empresa.

A investigação começou de maneira inusitada. Na madrugada do dia 20, em hotel de Ponta Porã, agente da PF (Polícia Federal) verificou um homem com atitude suspeita, questionando a terceiro se era ele que veio lhe buscar.

A pessoa era Vanderlei, que na sequência entrou em uma caminhonete com placas do Paraguai, país que faz fronteira com Ponta Porã. O agente conseguiu descobrir a identidade e verificou que Vanderlei Cesar Hermann era dono de três caminhões.

Os dados dos veículos foram compartilhados com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que localizou o caminhão. Na revista ao compartimento de carga do veículo, foi encontrada a carga de maconha oculta por uma pequena camada de milho.

O preso disse que recebeu a oferta para levar a droga durante churrasco em posto de combustíveis de Maracaju. O motorista chegou a Ponta Porã na terça-feira (dia 19), entregou o caminhão e depois pegou o veículo carregado. O contratante foi identificado apenas como “irmão”.

De acordo com o juiz, o preso é tecnicamente réu primário, tendo contra si apenas dois termos circunstanciados comunicando supostas práticas de ameaça e crime ambiental, mas a quantidade de drogas é fator que pode ser considerado dedicação a atividades criminosas.



“Nesse contexto, considerando o modus operandi plasmado na grande quantidade da substância entorpecente transportada, no alto valor de mercado notoriamente sabido, na desproporcionalidade desse valor à luz das condições financeiras informadas, na dissimulação da droga em carga de grãos para dificultar a fiscalização policial, o auxílio de terceiros no intento criminoso e, principalmente, o vultoso montante que seria pago ao motorista em caso de êxito, remontam severos indícios de o preso integrar organização criminosa dedicada ao tráfico ilícito internacional dessa substância, daí a necessidade de manter a segregação fitada a assegurar o maior êxito possível à instrução criminal”, afirma o magistrado.

De acordo com a polícia, o auge da colheita de maconha no Paraguai explica a apreensão recorde de 28 toneladas do entorpecente. Tradicionalmente, a partir de abril e maio começa um fluxo maior de droga para o Brasil. A fronteira entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul, apesar de fechadas em alguns pontos por conta da pandemia do novo coronavírus, tem longa e porosa extensão territorial.

Queima – A droga foi incinerada na manhã desta sexta-feira em usina de Dourados. O comboio foi de oito viaturas, com apoio da Força Nacional de Segurança.  Neste, ano já foram incineradas 60 toneladas de drogas.  (Matéria editada às 9h55 para acréscimo de informação)

Incineração de 28 toneladas de maconha na manhã de hoje em Dourados. (Foto: Divulgação/PF)
Incineração de 28 toneladas de maconha na manhã de hoje em Dourados. (Foto: Divulgação/PF)


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