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Pai de ex-secretário é solto ao pagar fiança por fábrica clandestina de iogurte

Wailey Rodrigues Pereira passou por audiência de custódia hoje e desembolsou R$ 3.036,00 para ser liberado

Por Bruna Marques | 18/11/2025 15:37
Pai de ex-secretário é solto ao pagar fiança por fábrica clandestina de iogurte
Iogurtes que eram fabricados na empresa clandestina, em Terenos (Foto: Marcos Maluf)

Wailey Rodrigues Pereira, 67 anos, foi solto na manhã desta terça-feira (18) depois de pagar fiança de R$ 3.036,00 em audiência de custódia. Ele havia sido preso ontem, em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, acusado de ser o responsável pela fábrica clandestina de iogurtes.

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Uma fábrica clandestina de iogurtes foi descoberta em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande. O responsável, Wailey Rodrigues Pereira, 67 anos, foi preso e posteriormente liberado após pagar fiança de R$ 3.036,00. A empresa está registrada em nome de seu filho, Neylor Thomaz da Conceição Pereira, ex-secretário da prefeitura. A inspeção revelou condições insalubres, com estruturas enferrujadas, pisos quebrados e alta infestação de pragas. O local operava sem controle sanitário e sem comprovação da origem do leite utilizado. Os produtos eram vendidos no comércio local por R$ 9,49, apresentando qualidade questionável em suas versões de morango, coco e abacaxi.

A empresa onde os produtos eram fabricados em condições consideradas insalubres está registrada em nome do filho de Wailey, Neylor Thomaz da Conceição Pereira, ex-secretário da prefeitura. Ele deixou o cargo há poucos dias.

A inspeção constatou que o local operava sem controle sanitário e sem comprovação da origem do leite usado nos iogurtes. O relatório técnico aponta que o produto podia conter resíduos de antibióticos, materiais biológicos, água adicionada e até substâncias químicas inadequadas, já que não havia registro de testes de qualidade na recepção do leite.

Segundo o Termo de Inspeção, as estruturas apresentavam ferrugem, pisos quebrados, paredes sem revestimento adequado e fiação exposta. A equipe também relatou cobertura inadequada, materiais inservíveis acumulados e falta de qualquer protocolo regular de dedetização, apesar do alto índice de infestação de pragas encontrado no local.

Pai de ex-secretário é solto ao pagar fiança por fábrica clandestina de iogurte
Equipe de fiscalização no local onde funcionava fábrica (Foto: Marcos Maluf)

A lista de exigências para que a fábrica possa se adequar inclui troca de pisos, pintura com tinta lavável, instalação de cortina de vento para impedir entrada de insetos, embutir toda a fiação e criação de barreira sanitária com pias, lavador de botas e dispensers de higiene. Os responsáveis também devem separar e armazenar embalagens corretamente, manter produtos longe do chão, tampar panelas na câmara fria, documentar a origem do leite e atualizar o cadastro junto ao serviço de inspeção.

Outra irregularidade apontada foi o uso de equipamentos com ferrugem e a ausência de vestimentas apropriadas durante o processo de fabricação. O termo exige que todos os funcionários passem a trabalhar paramentados com botas, calças, jalecos e toucas brancas descartáveis.

O estabelecimento só poderá voltar a operar após cumprir todas as exigências estruturais, sanitárias e documentais.

Pai de ex-secretário é solto ao pagar fiança por fábrica clandestina de iogurte
Caldeira onde leite era processado na fábrica (Foto: Marcos Maluf)

Prisão – A ação da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo) e da Vigilância Sanitária foi desencadeada após denúncia. Quando equipes chegaram ao local, encontraram um ambiente sujo, sem higiene adequada e uma caldeira em funcionamento, onde duzentos litros de leite pasteurizado eram processados. Todo o material foi apreendido e será descartado.

No momento do flagrante, uma caldeira onde era processado leite pasteurizado estava em funcionamento. O idoso trabalhava sozinho e cuidava de toda a produção das bebidas.

O produto era distribuído no comércio local. Em supermercados, a reportagem encontrou as bebidas sendo vendidas por R$ 9,49, acima do valor de R$ 7,50 que era repassado pela fábrica. O conteúdo chamava a atenção pela má qualidade. O líquido era ralo e, no caso do sabor morango, era possível ver pedaços da fruta que não haviam sido completamente triturados. Havia ainda versões de coco e abacaxi. O recipiente era de um litro.

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