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Em Pauta

A ascensão do ecofascismo no mundo

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/08/2019 08:55
A ascensão do ecofascismo no mundo

Os nacionalistas brancos em todo mundo estão se apropriando das ideias e linguagem do ambientalismo. O nacionalista branco que massacrou 22 pessoas em El Paso, nos EUA, publicou uma palestra de quatro páginas culpando seu ataque à invasão hispânica do Texas. O atirador também faz referência ao atirador que assassinou 52 pessoas em março nas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia. O atirador de Christchurch chamou a si mesmo de "ecofascista", garantindo que não há nacionalismo sem ambientalismo.

A ascensão do ecofascismo no mundo

"Uma verdade inconveniente".

O atirador de El Paso intitulou seu discurso de "Uma verdade inconveniente", uma referência direta ao documentário feito pelo ex-vice-presidente dos EUA, e uma das maiores celebridades da ecologia, Al Gore que trata dos perigos das mudanças climáticas. O assassino de El Paso também elogiou "The Lorax", a clássica história sobre desmatamento e ganância dos empresários.

A ascensão do ecofascismo no mundo
A ascensão do ecofascismo no mundo

As noções românticas de comunhão com a terra.

A base do pensamento ecofascista está nas fantasias de terras virgens livres de não-brancos e de poluição. As raízes do ecofascismo remontam às noções românticas de comunhão com a terra que tomaram conta da Alemanha pouco antes de Adolf Hitler. Essas ideias encontraram no conceito de "lebensraum" ou espaços vivos, e na tentativa de criar uma paternidade ariana exclusiva na qual o nacionalismo racial - chamado "sangue e solo" - reinava supremo. O conceito de lebensraum tornou-se parte integrante das políticas expansionistas e genocidas dos nazistas.

A ascensão do ecofascismo no mundo

Madison Grant, o ecofascista norte americano.

Nos Estados Unidos, as tensões do ecofascismo apareceram no movimento ambientalista, defendido por Madison Grant, que na década de 1920 defendeu a preservação da flora nativa, incluindo as sequoias da Califórnia, enquanto demonizava os imigrantes não-brancos. Depois da Segunda Guerra Mundial, em nome da proteção de florestas e rios, surgiram dezenas de organizações nativistas com esse ideário de defesa ambiental misturado ao combate aos não-brancos.

A ascensão do ecofascismo no mundo
A ascensão do ecofascismo no mundo

A runa da vida.

Atualmente, a ideia que os congrega pode ser resumida em sua principal insígnia: "salvar árvores, não refugiados". Os emojis dos ecofascistas são as runas nórdicas, também conhecidas como runas de Algiz ou "runas da vida". Essa runa, muito divulgada por Henrich Himler e pela SS, é o principal símbolo alternativo às conhecidas suásticas dos nazistas.
A nova vertente ecofascista entende que o mundo é intrinsecamente desigual e que as hierarquias raciais e sexuais fazem parte do design da natureza. "Somente os homens brancos podem realmente se comunicar com a natureza de maneira significativa e transcendente", afirmam os ecofascistas.

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