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Em Pauta

Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/10/2015 08:13
Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança

Prefeitura de Campo Grande: quando o naufrágio é um lugar seguro.

Fruto de dezenas de anos de administradores que oscilaram entre bons e ótimos, a população de Campo Grande resolveu pela mudança. Enfastiado, o povo elegeu a dupla Bernal e Olarte, com decisivo apoio dos petistas, para "mudar tudo" e essa mudança está terminando mal. Se o Executivo e os vereadores, ambos sem princípios e mínimos programas administrativos, não se entenderem, enterrarão tudo que a cidade conquistou com trabalho árduo.

A cidade está sendo dirigida sem respirar, ao sabor das marés, com a água no pescoço. A prefeitura vem sendo administrada perigosamente, a ponto da maioria da população desejar mandar tudo para o inferno. O ambiente é de um caldeirão fervente há três anos. É asfixiante.

Em sua primeira entrevista de retorno ao poder, o Bernal passou a impressão de procurar a pacificação. Não passou de uma mentira. Ele procura desagradar a todos: os vereadores, a imprensa, os eleitores, o pessoal do bar, sem diferença entre sóbrios e ébrios, e o pessoal da internet. O prefeito procura a pugna, busca o embate corporal como se fosse um garotinho que não se importa em perder alguns botões da camisa.

Falamos de um trabalho bem pago, mas o prefeito vive à deriva, em meio ao oceano, agarrado na boia lançada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Estadual. Ele não percebe, mas o naufrágio é um lugar seguro. É preciso estar maluco para continuar a agir como se a destruição da cidade não fizesse parte de suas responsabilidades. Todo dia, quando o prefeito chega no trabalho, a cidade está em polvorosa. No fundo, a administração de Bernal não é como uma qualquer, mas o próprio fogo brincando de ser prefeito.

Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança
Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança

A crise do lixo será de longa duração caso continuem as desavenças entre prefeito e empresa.

O cenário é crítico. Campo Grande produz aproximadamente 280 mil toneladas de lixo anualmente. Esse Everest de lixo vai parar em dois tipos de aterro: de entulhos e o de lixo propriamente conhecido. Eles estão distribuídos nas Moreninhas, no Nova Lima e no Anel Rodoviário, próximo à saída para Sidrolândia. Todos são considerados inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde humana. Poluem o solo e as águas que abastecem a população de Campo Grande. Teremos um colapso em um futuro não muito distante. O risco só aumenta com as desavenças criadas entre o prefeito e a empresa responsável pela coleta do lixo.

Em 2010, foi instituída a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que, dentre outras coisas, estabelecia que os municípios entregassem até agosto de 2012 um plano de gestão para o lixo. Também concedia o prazo de agosto de 2014 para que as cidades acabassem com os lixões. Nenhum dos dois prazos foi cumprido. Por isso, em julho deste ano, o Senado aprovou a prorrogação para o término dos lixões. Campo Grande passa a ter até julho de 2018 a data para fechar o seu Everest de lixo. Mas, essa é apenas uma das leis sobre os lixões.

Desde 1979 o Brasil condena o descarte em lixões e desde 1981 a poluição ambiental é considerada crime. Outra data: desde 1998 é necessário obter licenciamento ambiental para o descarte de materiais, algo distante da realidade dos lixões. Falta estrutura e vontade dos homens públicos para que as normas sejam levadas a sério. Sobram discursos, sobram leis, inexistem administradores públicos. O que os atuais gestores de Campo Grande estão fazendo hoje para que em julho de 2018 cumpram as normas técnicas para acabar com os lixões? Só se interessam pelo lucro que o gerenciamento do lixo possa lhes render.

Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança
Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança

As urnas e o poder do dinheiro. O dilema essencial da administração de Campo Grande.

Vivemos um longo dilema. Trata-se de um processo que avança lentamente, impulsionado pelo uso contínuo de uma invenção humana - o sufrágio cada vez mais universal - que os trabalhadores organizados em sindicatos durante a revolução industrial no século XIX conquistaram para que pudessem escolher os poderosos.

Com o voto na urna a igualdade é cada vez mais completa mas o choque com o poder do dinheiro continuará a acontecer. É próprio do capitalismo e da democracia. Ambos, capitalismo e democracia, não são naturais e nem eternos como insistem seus mais fanáticos defensores.

As urnas mitigam a desigualdade que é criada pelo capitalismo. É raro e incomum alguém se eleger sem o apoio do dinheiro. E também é perigoso. Em qualquer lugar do mundo. Campo Grande não é uma exceção. Pior ainda, quando o eleito se disfarça de um político sem apoio do dinheiro. Bernal e Olarte constituíram uma chapa apoiada por dinheiro, só os ingênuos acreditam no contrário.

Os problemas da administração municipal surgem no período de formação das chapas que concorreriam às eleições. Foi formada uma aliança entre o PT e o Bernal. Uma aliança informa, onde os petistas entraram com o dinheiro e o Bernal com seu potencial de votos. E foi essa aliança que devastou as possibilidades administrativas da prefeitura. A beligerância não se deu apenas entre oposicionistas e os novos comandantes da prefeitura. Os litígios ocorreram internamente com traições de todos os lados. Nem por um dia cessaram os embates e se restabeleceu a aliança entre os petistas e a turma do Bernal.

Produto desse enfraquecimento, do caos sistêmico que se abateu na prefeitura, houve o favorecimento da primeira cassação de um prefeito de Campo Grande. Por mais que a oposição ao Bernal esteja sendo culpabilizada pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual por uso de dinheiro e cargos, há uma interrogação que terá de ser respondida em algum momento: o PT e o Bernal não utilizaram dinheiro e distribuição de cargos para se manter no poder?

Mas há um erro crasso, quase infantil, por parte dos oposicionistas: a pressa. Ela não é apenas inimiga da perfeição; costuma construir a destruição. A memória da cassação do Bernal não pode ser apagada. Não vivemos sob o stalinismo de qualquer instituição, não podemos viver sob a égide do terror. O mundo político todo sabia, tinha certeza, que o Bernal seria cassado pela justiça.

As provas de suas malversações se apresentavam continuamente, quase diariamente. Os vereadores foram apressados e tão incompetentes quanto os petistas e a turma do Bernal. Colocaram um títere, uma marionete deslumbrada no paço municipal. Construíram o retorno do Bernal e o caos. A culpa é de todos, prefeito, vice-prefeito e vereadores, sem exceção. Nesse filme não existem mocinhos.

Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança
Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança

Prisão do menino do telefone nos EUA: o perigo é real, mas a paranoia é crescente.

Os EUA estão, a cada dia, mais paranoicos com qualquer objeto que possa significar uma ameaça terrorista. Até uma invenção de um menino de 14 anos que, para o senso comum dos norte-americanos, é um suspeito em potencial pela sua origem mulçumana. Ahmed Mohamed foi preso no Texas após seu relógio caseiro ter sido confundido com uma bomba. A título de desculpas, o presidente Obama convidou-o para demonstrar o funcionamento do relógio na Casa Branca.

Após anos com bons e ótimos administradores, Campo Grande resolveu pela mudança
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Produção de celulose brasileira cresce devido ao corte de produção na China.

Um dos mais importantes fatores que tem impulsionado a venda de celulose brasileira em 2015 é o fechamento de fábricas de cartões consideradas poluentes. A indústria brasileira, particularmente a sediada em Três Lagoas, tem aberto novas oportunidades de venda para as papeleiras de outras regiões.

As nacionais ampliaram a parcela da produção destinada às exportações em uma tentativa de compensar o fraco consumo doméstico. Os números da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que reúne os produtores de celulose, papel, painéis e pisos de madeira e florestas no país, descortinam esse cenário. Enquanto as vendas no Brasil recuaram 4,9%, para 2,6 milhões de toneladas no primeiro semestre, as exportações cresceram 3,9%, totalizando quase um milhão de toneladas.

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