Casamento é caro no Brasil? Surge para identificar os filhos
Casar ou comprar um carro? Eis a questão. O casamento no Brasil, que era uma tradição que envolvia a família inteira e os amigos - para confeccionar enxoval, enfeites, comidas e bebidas -, virou uma industria. Cara. Mas, no inicio, casamento nada tinha a ver com amor e nem com religião.
Véu, flores e aliança.
O véu é uma tradição grega. A superstição era que seu uso no rosto, afastaria mau-olhado. Jogar flores no casal é criação romana. O ritual nasce para “dar sorte” ao novo casal. As alianças passam a ser trocadas na Europa medieval. Acreditavam que existiria um vaso sanguíneo que ia desde o dedo anelar até o coração.
Filhos, nasce o casamento.
Nos primeiros tempos, os homens tinham relações sexuais com as mulheres livremente. Não havia ritual algum para uni-los. Apenas iam para a cama e, ao despertar, cada um ia para um lado. Até que começaram a desconfiar, devido à semelhança do nariz, de que um filho ou filha era de um determinado pai. O casamento nasce, portanto, da necessidade dos homens reconhecerem seus filhos. Mas, no início, a união só era valida para elas. Eles continuavam livres para casar ou ter outras mulheres.
Filhos ou fora.
Na Grécia, o pai levava a filha até o futuro esposo e afirmava em voz alta: “Eu prometo que ela lhe dará muitos filhos”. Já os hebreus tinham a liberdade de devolver a mulher a seus pais caso ela não tivesse filhos.
A sacralidade do casamento.
No século VIII d.C., a igreja passou a entender que o casamento era sagrado. Os padres tinham de dar as bençãos para que o matrimônio tivesse validade. A igreja estava aumentando sua influência em todos os setores da sociedade. Somente em 1.140 d.C., começam a respeitar a vontade do homem ou da mulher de casar com quem bem entendessem.
O pior casamento do mundo.
Na região leste do Himalaia, até o final do século passado, as castas inferiores - chamadas “derrotados”- viviam em uma situação de permanente dependência financeira. Sem terras e sem dinheiro, eram obrigadas a solicitar empréstimos aos proprietários simplesmente para ter o que comer. Para os “derrotados” as despesas mais importantes da vida eram com casamentos e funerais. Para isso, era preciso uma quantia razoável, que tinha de ser tomada emprestado. Nesses casos era pratica comum que os agiotas exigissem a filha do tomador do empréstimo como garantia. Assim, muitas vezes, quando um homem pobre precisava fazer um empréstimo para o casamento da filha, a garantia era a própria noiva. Depois da núpcias, ela passaria alguns meses como concubina do emprestador de dinheiro. Quando ele se entediava dela, era mandada para algum campo de extração de madeira para trabalhar um ou dois anos como prostituta.
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