“Com o coração na mão“”, o órgão humano que virou ícone cultural
Atualmente o cérebro tomou a relevância do coração, e agora é considerado a sede da nossa consciência. Mas nem sempre foi assim. Durante quatro séculos, do X ao XIII, a igreja católica afirmava categoricamente que a consciência morava no coração. Ainda que a ciência tenha superado esse erro crasso, a cultura continua a mesma da Idade Média, quem dá as cartas é o coração. O coração segue sendo um símbolo do amor e romance. Recentemente, se converteu na representação dos conceitos gerais da saúde e da vida.
“Não tem coração”, a emoção dominante.
Todavia dizemos, emocionalmente, “Te amo com todo meu coração”, “Quebrou meu coração”. Afirmamos que alguém “Não tem coração”. Pedimos encarecidamente a outros que “por favor, tenha coração”. “Falar com o coração na mão" conota sinceridade e honestidade. Tudo isso e muito mais, apesar da ciência ter descartado que o coração seja o recipiente da alma, da inteligência e de nossos sentimentos. Coração, o invencível!
Um em cada três, morre do coração.
Não é mole não, mesmo com os enormes avanços médicos, atualmente uma em cada três pessoas morre de uma enfermidade cardíaca mundialmente. As enfermidades cardíacas matam dez vezes mais mulheres que o câncer de mama. Alguém, neste momento, no Brasil, esta morrendo de um infarto; mata uma pessoa a cada 40 segundos.
A cardiologia está na vanguarda da medicina.
A cardiologia, mais que qualquer outro campo da medicina, esteve na vanguarda da inovação ao longo do século passado, uma posição que manteve nos primeiros anos do XXI. Angioplastia com cateter, cirurgia de bypass coronário, dispositivos de assistência vascular, os stents, os marcapassos e os desfibriladores. E, principalmente, os transplantes de coração. Diversas medidas de saúde preventiva para a alta pressão sanguínea e o colesterol foram tomadas. É importante lembrar que aproximadamente metade dos brasileiros padece de um dos fatores de risco para morrer de um problema cardiovascular. Apesar de tudo, o coração segue sendo o campeão no computo das mortes, mesmo tendo diminuído substancialmente desde os anos sessenta do século passado.
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