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Em Pauta

Luz e som para combater o mal de Alzheimer

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/06/2019 07:00
Luz e som para combater o mal de Alzheimer

A cada manhã, Li-Hue Tsai prova um pouco de seu experimento. A neurocientista senta-se diante de um aparato que emite pulsos de luz a uma frequência de 40 hertz. Nos últimos anos, Tsai, dirige o Instituto de Aprendizagem e Memória do MIT. Ela descobriu que a estimulação visual com luz LED elimina a estimulação de proteínas amiloides no cérebro de ratos. A iluminação a 40 hertz também reduz os ovos de proteínas TAU. Proteínas amiloides e TAU definem o mal de Alzheimer. Os animais, inclusive, recuperam parte de sua memória e capacidade cognitiva. A experiência leva grande esperança em um panorama desolador.

Luz e som para combater o mal de Alzheimer

O Alzheimer ataca o mundo...

A cada 3 segundos se diagnostica um novo caso de demência no mundo. Nada menos de 80% é devido ao Alzheimer. Mais de um século depois da descoberta dessa doença e depois de várias décadas de pesquisa, só há um experimento, fora o de Li-Hue Tsai, que leva esperanças aos idosos. Mas nem mesmo estão claras suas causas. Além da acumulação das duas proteínas mencionadas, o cérebro sofre de uma inflamação semelhante à da diabetes e outras que talvez sejam devidas a infecções virais e bacterianas. A situação é endiabrada pois as pessoas começam a ter o mal de Alzheimer, em média, 20 anos antes de que notem seus primeiros sintomas. Quando são diagnosticadas, já é tarde demais...

Luz e som para combater o mal de Alzheimer

Tsai não acredita que curem o Alzheimer, mas acredita em controle.

Tsai diz que é muito improvável que curem o Alzheimer. Também crê que, tal como o câncer, é mais de uma doença. Ela emite uma frase de profundo efeito: "curar o Alzheimer é dizer que podemos curar o envelhecimento". Afirma que é possível, todavia, controlar o Alzheimer, tal como controlamos o diabetes tipo dois e enfermidades cardiovasculares.
A pesquisa de Tsai também confirma que as mulheres têm o dobro de risco de sofrer de Alzheimer. Seus estudos sugerem que a forma que devemos tratar as mulheres será diferente da dos homens.

Luz e som para combater o mal de Alzheimer

O método não invasivo de Tsai para combater o Alzheimer.

Tsai trabalha com luz e som para combater o Alzheimer há uma década. Ela explica que quando os neurônios se disparam sincronicamente, geram ondas que se movem pelo cérebro. Há muitas frequências dessas ondas. Uma delas são os ritmos gamma, que oscilam entre 30 e 80 hertz. Essas ondas são particularmente intensas durante as atividades cognitivas como quando usamos a memória do trabalho (que ocupa a razão e a tomada de decisões), a atenção ou o pensamento espacial. Descobriram que quando há Alzheimer, essa atividade é interrompida na etapa pré sintomática, antes que a patologia seja demonstrada.
Os trabalhos da pesquisa foram os de restaurar esses ritmos gamma. Comprovaram que quando melhoram as atividades gamma, os níveis de proteína amiloide se reduzem. Também descobriram que com esses pulsos de luz as células da micróglia (células cerebrais imunes) respondem com firmeza, mudam sua aparência, sua morfologia, sua função e se tornam mais capazes de engolir as proteínas amiloides.
Em seguida, descobriram que se os animais recebem esses pulsos de luz - ou de som - todos os dias, em algumas semanas o aumento da atividade se transmite ao resto do cérebro, os neurônios melhoram sua função sináptica.

Luz e som para combater o mal de Alzheimer

O MIT provou que a experiência é segura para humanos.

Após a fase com os ratos, o MIT comprovou que a experiência é segura em humanos. Agora, começaram a recrutar pacientes com Alzheimer em estágio inicial para provar a técnica. Esperam ter os resultados no ano de 2020. Mas avisam que é muito pouco provável que tal técnica tenha validade para todos.

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