Faixa de ônibus na Mato Grosso causa dúvidas, multas e reclamações
Motoristas e comerciantes alegam sinalização fraca e uso constante da faixa como estacionamento
O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) classifica transitar em faixas de ônibus como infração gravíssima e pode acarretar multas de R$ 293,47, mais 7 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Porém, na prática, o trânsito pela faixa na Avenida Mato Grosso, que deveria ser exclusiva, acaba se tornando mais um caminho para carros e motos, e pegando alguns motoristas de surpresa com multas. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
RESUMO
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Motoristas são multados por transitarem em faixa exclusiva de ônibus na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande. A sinalização existente, que inclui placas e pintura no asfalto, gera dúvidas e reclamações. Alguns condutores alegam que a sinalização horizontal está apagada e que há carros estacionados na faixa, levando à confusão. Enquanto comerciantes relatam que a faixa é desrespeitada, pedestres que dependem do transporte público apontam dificuldades para embarcar nos ônibus devido aos veículos estacionados irregularmente. A Agetran, responsável pela sinalização e fiscalização, foi procurada para esclarecer a situação e informar sobre o número de multas aplicadas, mas ainda não se manifestou.
As placas de faixa exclusiva mostram que é permitido comércio e residências, conversões à direita e veículos de emergência. Essas são mais notáveis que as sinalizações horizontais pela avenida, que estão levemente apagadas. Também, ao longo da via, há muitos carros estacionados nesta faixa, o que confunde alguns motoristas sobre estar ativa ou não.
Essa confusão aconteceu no cruzamento com as ruas Pedro Celestino e Padre João Crippa, onde o leitor Carlos Oliveira alegou ter sido multado recentemente. “Isso está pegando muita gente de surpresa e causando impacto financeiro em quem não tem culpa da má sinalização dos órgãos competentes. Se é mesmo uma faixa exclusiva para ônibus, então isolem e sinalizem na horizontal. Não deixem circular ou estacionar”, desabafa Carlos.
Pela Avenida Mato Grosso, o comerciante Diogo Ferreira, de 31 anos, afirma que as pessoas não respeitam a faixa. “Tem faixa amarela, mas o pessoal para mesmo sabendo que é proibido, para descer ou até ir em restaurantes que não têm muita vaga”, relata Diogo. Ele conta que, a partir das 17h, o ponto de ônibus lota, mas, mesmo assim, os carros transitam pela área sinalizada como exclusiva.
“Sobram só essas outras duas faixas, mas não tem como. O fluxo aqui é muito grande”, completa o comerciante. Diogo reconhece que a sinalização se baseia na placa, porque horizontalmente está “meio apagada”.
Outro comerciante, de 65 anos, que preferiu não se identificar, compartilha da opinião que, pelo movimento da via, não justificaria ter uma linha de ônibus. “Eles ficam ali na esquina, é difícil ver. Uma vez por mês, ou a cada dois meses. Ficam por meia hora e vão embora”, comenta sobre a fiscalização no local.
O outro lado – Já para Damiana Teles, de 49 anos, todas as sinalizações são claras e, muitas vezes, esses carros estacionados na faixa exclusiva atrapalham os ônibus. “É erro dos motoristas mesmo”, afirma a mulher. Ela pega ônibus todos os dias e percebe isso em vários pontos, principalmente na Avenida Mato Grosso.
Ela é supervisora de vendas, mora no bairro Moreninhas e precisa pegar três ônibus todos os dias para o serviço. Atualmente, está afastada do trabalho por conta de uma lesão, porém ainda pega o transporte público para ir à fisioterapia, e vem tendo cada vez mais dificuldades para subir no ônibus. “O ônibus tem que parar na calçada por conta dos carros estacionados. Eu, fazendo fisioterapia com problema no joelho, preciso subir no meio da rua”, reclama a pedestre.
No ponto de ônibus em frente à Igreja Universal, o problema se repete por conta de estacionamentos indevidos, de acordo com Moisés Silva de Oliveira, de 40 anos. “Os carros costumam parar um pouco antes do ponto. Os motoqueiros param aqui direto. Acho que as outras devem estar estreitas”, relata Moisés, outro pedestre que utiliza o transporte público todos os dias.
O Campo Grande News entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para esclarecer se a faixa está de fato ativa, como ocorre a fiscalização, se há respaldo legal segundo o Contran, e quantas autuações foram emitidas nos últimos três meses. Também foi questionado se a sinalização será reforçada, já que o local é usado como estacionamento por muitos. Até agora, a agência não respondeu.
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