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Economia

Com mercado inviável, MS envia último carregamento de carne para os EUA

Riedel fala em apoio a iniciativas que mitigam a situação e relembra que as tarifas continuam em negociação

Por Ketlen Gomes e Izabela Cavalcanti | 31/07/2025 12:46
Com mercado inviável, MS envia último carregamento de carne para os EUA
Regis Comarella, presidente do Sicadems fala sobre decisão dos EUA em aumentar tarifas para carnes brasileiras. (Foto: Henrique Kawaminami)

Durante evento na manhã desta quinta-feira (31), o presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul), Régis Comarella, informou que o último carregamento de carne com destino aos Estados Unidos foi enviado até esta data, ainda dentro do prazo para isenção da nova tarifa de importação. A partir de agora, segundo ele, torna-se inviável continuar exportando para o país norte-americano.

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O último carregamento de carne sul-mato-grossense com destino aos Estados Unidos foi enviado nesta quinta-feira (31), antes da implementação da nova tarifa de importação de 50%. Segundo Régis Comarella, presidente do Sicadems, a exportação para o mercado norte-americano tornou-se inviável após a medida. Mato Grosso do Sul exportou cerca de US$ 170 milhões em carne e sebo no primeiro semestre de 2023. As empresas habilitadas estão redirecionando a produção para o mercado interno e outros países, como México, Chile e nações asiáticas. A mudança deve causar leve redução nos preços da carne no mercado brasileiro, especialmente nos cortes de segunda.

“Nessa taxação, não há possibilidade alguma de exportar. Neste momento, está suspenso. Estamos produzindo para outros mercados, com outra rotulagem. Essa carne que embarcou até hoje pode chegar lá sem taxação. A partir de hoje, o que for embarcado será taxado em 50%. Então, é evidente que nenhuma indústria vai mandar carne para lá”, afirmou.

O governador Eduardo Riedel (PSDB), que também participou do evento, destacou que o Estado está apoiando iniciativas para mitigar os efeitos da nova política comercial dos EUA, mas reforçou que as negociações seguem em andamento. “A gente não sabe como isso vai se desdobrar. Ao mesmo tempo, o que estamos fazendo ali é uma medida pontual para resolver o problema imediato”, declarou.

Comarella informou ainda que, apenas no primeiro semestre deste ano, Mato Grosso do Sul exportou quase US$ 170 milhões em carne e sebo, sendo US$ 30 milhões apenas de sebo. Apesar de representar cerca de 2% do total das exportações estaduais, o volume é considerado expressivo. Segundo ele, as quatro empresas habilitadas estão redirecionando parte da produção para o mercado interno e outra parte para países como México, Chile e nações asiáticas.

“No mercado interno, a carne deve ter uma leve redução de preço, principalmente a carne de segunda, que era exportada para os Estados Unidos. Agora, estamos em busca de novos mercados. Cada empresa procura seu destino: uma coloca carne aqui, outra direciona para outro país. Mas os EUA são um mercado importante para nós, principalmente porque nosso Estado tem uma grande produção”, relatou.

O presidente do Sicadems acrescentou que o valor da arroba do boi chegou a cair com a notícia, mas já apresenta sinais de recuperação. “Ainda é cedo para dizer qual será o novo patamar de preços”, concluiu.

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