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Economia

Novos donos da Eldorado descartam prosseguir com planos de expansão

Ricardo Campos Jr. | 04/09/2017 11:03
Unidade da Eldorado em Três Lagoas (Foto; divulgação)
Unidade da Eldorado em Três Lagoas (Foto; divulgação)

Os planos de expansão da fábrica de celulose Eldorado planejados pelos antigos donos não devem ser levados adiante pela nova direção, pelo menos por enquanto. A Paper Excellence, que arrematou a planta do grupo J&F por R$ 15 bilhões, quer primeiro integrar a produção da unidade de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, com as demais sucursais do grupo.

Foi o que disse o presidente-adjunto da companhia, Pedro Chang, ao Valor Econômico. “Integrar nossa operação e depois melhorá-la. Queremos ver a eficiência, a produtividade. Também queremos fazer a integração com a equipe da Paper Excellence, que é muito boa. Primeiro vamos integrar ambas as companhias e depois vamos olhar as oportunidades”, afirmou.

Segundo o executivo, a recente aquisição permitirá a expansão dos negócios, já que eles trabalhavam com fibras longas e pasta mecânica de celulose, usadas na fabricação de papel cartão.

Esse projeto para aumentar as instalações deveria começar em 2018, mas quando o nome da empresa e de alguns executivos foram envolvidos em operações contra a corrupção os planos foram adiados para 2019 e depois para 2020.

A celulose brasileira será vendida principalmente ao mercado asiático. “A China, atualmente, olhando para o tamanho da população, está superando 1,3 bilhão de pessoas. No Sudeste Asiático, temos outros países como Indonésia, também com população crescente, então vamos [fornecer para esses mercados]”, pontua.

Questionado sobre os motivos que levaram a Excellence a escolher a Eldorado, Chang disse ao Valor que o Brasil está em posição de liderança em termos de produtividade no setor, o que tornava a compra da fábrica de Três Lagoas uma boa oportunidade de aproveitar esse momento. Contudo, construir uma unidade do zero demandaria tempo e burocracia.

A compra da Eldorado foi vista como “chance de ouro” pelos dirigentes da Paper Excellence, que arrematou a fábrica dos irmãos Batista por R$ 15 bilhões.

Disputa - A chilena Arauco foi a primeira a entrar no páreo oferecendo R$ 14 bilhões pela Eldorado, conseguindo assim exclusividade de 45 dias nas transações. O prazo expirou sem que os executivos decidissem bater o martelo.

Se fechasse a compra, a companhia latino-americana concretizaria os planos de investir no Brasil. A empresa, que segundo o Valor é uma das maiores do setor florestal do hemisfério sul, tentou comprar um terreno em Inocência, em Mato Grosso do Sul, em 2011 para erguer uma fábrica. Além disso, ela também é dona de 40 mil hectares de florestas plantadas na região.

A companhia de celulose indonésia APP entrou na disputa oferecendo R$ 15,8 bilhões pela fábrica. As negociações estariam avançadas e a companhia se propôs a aceitar os mesmos termos contratuais da Arauco, que incluem a dívida de R$ 7,5 bilhões e o litígio com a Fibria, sobre plágio.

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