Transporte rodoviário lidera serviços em MS; veja lista de salários
Pesquisa do IBGE mostra que o segmento supera informação e comunicação, que foram os mais fortes até 2014
O setor de serviços em Mato Grosso do Sul alcançou uma receita bruta de R$ 37,3 milhões em 2023, distribuída entre 22,8 mil empresas, segundo a PAS (Pesquisa Anual de Serviços) do IBGE. O segmento também empregou mais de 168 mil pessoas, com R$ 5,3 milhões em salários e outras remunerações pagos ao longo do ano.
RESUMO
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O setor de serviços em Mato Grosso do Sul registrou receita bruta de R$ 37,3 milhões em 2023, com destaque para o transporte rodoviário, que gerou R$ 11,2 milhões. O segmento empregou mais de 168 mil pessoas e distribuiu R$ 5,3 milhões em remunerações ao longo do ano. A pesquisa do IBGE revela mudança no perfil do setor nos últimos dez anos, com o segmento de transportes assumindo a liderança, enquanto serviços de informação e comunicação, antes protagonistas, perderam relevância. A participação do estado no cenário nacional recuou de 13,9% para 13,7% entre 2014 e 2023.
A principal atividade foi a de transportes, serviços auxiliares e correio, responsável por R$ 15,7 milhões em receita. Dentro desse grupo, o transporte rodoviário se destacou com R$ 11,2 milhões, mais de 24 mil trabalhadores e cerca de 2 mil empresas. O segmento de transportes também inclui armazenamento, correio e outros serviços logísticos, consolidando-se como o motor do setor no Estado.
Em seguida, aparecem os serviços profissionais, administrativos e complementares, que somaram R$ 8,1 milhões em receita e lideraram na geração de empregos, com mais de 63 mil pessoas ocupadas em mais de 8 mil empresas. Já os serviços prestados às famílias responderam por R$ 5,3 milhões, com destaque para alojamento e alimentação, responsáveis por quase R$ 4,4 milhões.
Os serviços de informação e comunicação, que há uma década tinham maior protagonismo, registraram R$ 4 milhões e pouco mais de 10 mil trabalhadores em 2023. Outras áreas de menor peso relativo, como atividades imobiliárias (R$ 751 mil), manutenção e reparação (R$ 531 mil) e outras atividades de serviços (R$ 2,8 milhões), também contribuíram para a composição do setor.
Apesar do crescimento absoluto, a participação da receita bruta de serviços de Mato Grosso do Sul no total nacional caiu de 13,9% em 2014 para 13,7% em 2023, sinalizando uma ligeira perda de espaço relativo do Estado no cenário brasileiro.
Os dados reforçam que Mato Grosso do Sul vem se consolidando em logística, ao mesmo tempo em que os serviços voltados à tecnologia e à comunicação perderam espaço em relação ao cenário de dez anos atrás.
Salários - O setor de serviços em Mato Grosso do Sul pagou, em média, R$ 2.640 por mês a seus trabalhadores em 2023. Mas os números variam bastante conforme a atividade. Segundo o IBGE, os melhores salários estão concentrados no segmento de transportes, serviços auxiliares e correio, onde a média mensal chegou a R$ 3.475.
Dentro desse grupo, o destaque é para os outros transportes, que incluem modalidades menos representativas em número de empregados, mas com remuneração mais alta: R$ 7.280 por mês, a maior média do Estado.
O correio e outras atividades de entrega aparecem logo em seguida, com R$ 3.580, seguidos por transporte rodoviário (R$ 3.460) e armazenamento e auxiliares aos transportes (R$ 3.080).
Os serviços de informação e comunicação também pagaram acima da média geral, com R$ 3.020 mensais, enquanto as outras atividades de serviços ficaram em R$ 2.830 e os serviços profissionais, administrativos e complementares, que concentram a maior mão de obra, registraram R$ 2.630.
Na outra ponta, estão os segmentos com remunerações mais baixas: atividades imobiliárias (R$ 1.675/mês) e ensino continuado (R$ 1.660/mês). Também ficaram abaixo da média estadual os serviços de manutenção e reparação (R$ 1.975/mês) e os serviços prestados às famílias, puxados pelo setor de alojamento e alimentação, com R$ 1.890/mês.
O levantamento mostra salários bastante desiguais, com remunerações mais elevadas ligadas ao transporte e à logística, e valores menores concentrados em atividades de base mais ampla, como alimentação, alojamento e ensino
No Brasil - Em nível nacional, o setor de serviços não financeiros mostrou fôlego em 2023, reunindo 1,7 milhão de empresas ativas e 15,2 milhões de trabalhadores, o maior contingente já registrado desde o início da série histórica em 2007. No período de dez anos, foram 2,2 milhões de novos postos de trabalho, distribuídos em todas as regiões.
A receita foi puxada, sobretudo, pelos serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançaram 2,7 pontos percentuais e passaram a responder por 29,2% do total do setor.
Em contrapartida, os serviços de informação e comunicação perderam 3,6 pontos percentuais, confirmando a retração do segmento. As cinco atividades mais empregadoras alimentação, serviços técnico-profissionais, transporte rodoviário de cargas, serviços para edifícios e paisagismo e apoio administrativo concentraram quase metade da mão de obra nacional (47%).
A remuneração média foi de 2,3 salários mínimos, com destaque para os serviços de informação e comunicação (4,7 s.m.) e transporte (2,8 s.m.), acima da média nacional. Regionalmente, o Sudeste concentrou 64,4% da receita e apresentou salários mais altos, enquanto o Nordeste permaneceu com os menores rendimentos médios (1,6 s.m.).