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Comportamento

Descarrego e oferenda, em rito do candomblé o desejo é para um 2017 abundante

Paula Maciulevicius | 01/01/2017 07:05
Caminho que se faz até a cachoeira já com as oferendas em mãos. (Foto: Paula Maciulevicius)
Caminho que se faz até a cachoeira já com as oferendas em mãos. (Foto: Paula Maciulevicius)

Um comboio em direção à cachoeira nas redondezas da UCDB, saída para Rochedinho. Para começar o 2017 com o pé direito, o Lado B foi fazer um descarrego, ritual que todo ano o candomblé realiza para reforçar novas e boas energias.

O ritual começa já no caminho. Na primeira parada, a oferenda é feita para Exu, depois Ogum e por fim, Oxum. "A gente vai até a cachoeira para poder descarregar, pegar novas energias e leva o balaio, que é o presente à Oxum", explica a Yalorisa D' ÓSUN, Abadia Rodrigues Nogueira, de 49 anos. 

Deusa das águas, do amor e da ternura, o balaio dedicado à Oxum é composto pela comida preferida da orixá, omocolum, além de frutas, espelho, pente, sabonete e perfume.

Ritual de agradecimento à Ogum. (Foto: Silas Souza)
Ritual de agradecimento à Ogum. (Foto: Silas Souza)
Balaio de mimos para Oxum, deusa do amor e da fertilidade. (Foto: Paula Maciulevicius)
Balaio de mimos para Oxum, deusa do amor e da fertilidade. (Foto: Paula Maciulevicius)
Velas são acesas uma a uma, representando os pedidos de cada um. (Foto: Silas Souza)
Velas são acesas uma a uma, representando os pedidos de cada um. (Foto: Silas Souza)

A cerimônia é um agradecimento pelo ano que se passou e quando também se faz os desejos para 2017. "Agradecemos todos os objetivos que a gente alcançou e as coisas ruins que aconteceram e que nos deram força para continuar", explica Abadia.

Na cachoeira, o balaio é colocado no cantinho e as velas, uma a uma acesas ao redor. Cada participante acende manifestando seu desejo para o ano que está chegando. Em seguida, é a vez de passar pelo banho de frutas, onde começa o descarrego que só termina debaixo da cachoeira.

"Ali tem melão, maçã, banana, uva e pêra cortadinha em cubinhos. A gente passa na pessoa para trazer prosperidade", ensina Abadia. E quem passa pelo descarrego, precisa estar mentalizando os desejos para o ano que está batendo à porta.

Banho de frutas é para o descarrego. (Foto: Silas Souza)
Banho de frutas é para o descarrego. (Foto: Silas Souza)

E ao passar pela cachoeira, estamos limpos e renovados. "A água é energia, é Oxum. Tudo o que chega de ruim, de energia negativa, ela tira de você, porque a água não tem obstáculo, ela contorna e segue adiante", explica Abadia.

Quem participa do ritual, garante que se começa o ano com mais energias boas. "Com mais força para estar enfrentando tudo o que vai vir e também pedindo para que seja um ano melhor, de paz, de amor, porque tem tanta coisa ruim acontecendo", contextualiza a Yalorisa.

Pela experiência de 10 anos de ritual, Abadia conta que sente a prosperidade e não vê faltar o que comer à mesa. "As pessoas têm uma visão distorcida, mas a gente trabalha o lado positivo, de buscar axé, prosperidade e caminhos", resume. Nós pedimos isso debaixo d'água, que Oxum leve as energias negativas e traga tudo de bom para 2017.

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E depois a cachoeira para limpar energias negativas. (Foto: Silas Souza)
E depois a cachoeira para limpar energias negativas. (Foto: Silas Souza)
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