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Comportamento

Dia na aldeia e passeio de barco mostram luta da cultura pantaneira

Primeira edição do Festival da Cultura Pantaneira foi realizada em Miranda

Por Aletheya Alves | 15/04/2024 06:32
Participantes do festival puderam vivenciar dia em aldeia. (Foto: Divulgação/Ipedi)
Participantes do festival puderam vivenciar dia em aldeia. (Foto: Divulgação/Ipedi)

Apesar do reconhecimento que o Pantanal vem recebendo cada vez mais, as discussões costumam girar em torno das paisagens, da fauna e da flora. Lutando para que o povo pantaneiro ganhe cada vez mais protagonismo e que sua cultura seja valorizada, novas estratégias vêm sendo traçadas por organizações e comunidades que atuam na temática. Exemplo disso é que dia em aldeia e passeio de barco se tornaram tática com um festival de valorização da cultura regional.

Sobre a origem do festival, os integrantes do Ipedi (Instituto de Pesquisa e Diversidade Intercultural) Denise Silva e Júlio Franco explicam que todo o movimento é o resultado de discussões da Comissão de Valorização da Cultura Pantaneira. Definida como uma rede, a comissão é composta por pessoas e organizações que defendem e acreditam no tema e une municípios como Rio Verde, Coxim, Sonora, Aquidauana, Corumbá e outros.

Passeio de barco foi guiado por pantaneiro. (Foto: Divulgação/Ipedi)
Passeio de barco foi guiado por pantaneiro. (Foto: Divulgação/Ipedi)
Cultura regional ganhou destaque durante os dois dias de evento. (Foto: Divulgação/Ipedi)
Cultura regional ganhou destaque durante os dois dias de evento. (Foto: Divulgação/Ipedi)

Na organização e realização do festival estiveram envolvidos o Ipedi, Bruaca, Prefeitura de Miranda, comunidade em geral, órgãos públicos e o Sebrae.

Durante os dois dias de festival, os envolvidos realizaram shows, mostras da cultura regional, danças, gastronomia, artesanato, rodas de discussões sobre o desenvolvimento empreendedor da região e propostas de preservação da natureza.

Para os integrantes do Ipedi, eventos como o festival reforçam a importância de se falar e mostrar a identidade pantaneira. “Em eventos assim, se abrem espaços de direito para a comunidade, oferecendo um lugar de fala que aos poucos está sendo construído e deve ser ampliado. E também mostrando mais a funda as riquezas que essa população possui em suas raízes”.

Tendo contato direto com as comunidades, Denise e Júlio relatam que, para o Ipedi, ainda existe a falta de conhecimento sobre o que realmente é a cultura pantaneira.

“Poucos espaços apresentam a cultura como patrimônio, dentro dos âmbitos educativos há a presença de uma história que ainda retoma como personagem central o colonizador, oferecendo apenas espaços secundários para a trajetória dos povos já existentes nessa região”, defendem os integrantes do Ipedi.

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E, falando especificamente sobre os resultados e atividades desenvolvidas no festival, os dois comentam que além de apresentar diversos aspectos da cultura, também houve um encontro necessário da comissão que olha para o Pantanal não apenas como território, para como um espaço composto por pessoas que vivem e formam a região.

“Foram evidenciadas metas em comum da comissão para que possam estar articuladas em um planejamento estratégico para o fortalecimento das ações de modo que ninguém fique para trás, atendendo todas as frentes necessárias para a manutenção cultural, evidenciando o impacto positivo na autoestima dos grupos que foram historicamente marginalizados”, descreve o Ipedi.

Exemplificando como isso foi colocado em prática, Júlio e Denise detalham que artesãos de aldeias e assentamentos fossem para a feira realizada em Miranda para comercializar seus produtos, incentivando a geração de renda.

Outra ação foi o passeio de barco oferecido pelo pantaneiro Nadir, que conta e apresenta o Pantanal a partir da sua visão, de alguém que cresceu por ali.

“Ainda na tarde de sábado, proporcionamos em conjunto com os artesãos da aldeia Babaçu, a primeira vivência em terras indígenas, recebendo turistas, pesquisadores e empreendedores para que pudessem conhecer um pouco mais da cultura terena”.

Na vivência, os participantes acompanharam um roteiro com danças, apresentações de contos que formaram o povo, comidas típicas e o artesanato das cerâmicas e cestarias.

Integrando o grupo de artesãos, a expositora Sula Rodrigues, da aldeia Lalima, resumiu que o festival foi uma oportunidade não só para ela, mas para toda sua família.

“Foi maravilhoso, consegui vender uma peça de cada um da minha família. [...] Participar do evento me ajudou a ganhar um dinheiro a mais, é importante ter espaços como esses onde mostramos o trabalho que fazemos”, completa.

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