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Comportamento

'Pare de deixar para amanhã' é filosofia de placa na esquina da Joaquim Murtinho

Naiane Mesquita | 17/09/2016 08:56
Placa fica na rua Joaquim Murtinho esquina com a Imigrantes (Foto: Fernando Antunes)
Placa fica na rua Joaquim Murtinho esquina com a Imigrantes (Foto: Fernando Antunes)

“Pare... de deixar para amanhã”. Na placa comum do centro da cidade, as palavras da lei e da ocupação se misturam em um tom de reflexão. O abraço, aquele curso ou a revolução não devem ser adiadas por ninguém. Em mais uma manifestação da arte urbana de Campo Grande, o que fica é a inspiração para sempre seguir em frente.

Silas passa sempre pelo local e já tinha reparado na placa  (Foto: Fernando Antunes)
Silas passa sempre pelo local e já tinha reparado na placa (Foto: Fernando Antunes)

Correndo da Joaquim Murtinho em direção a rua dos Imigrantes, Gisela Martinez de Carvalho, 56 anos, nem tinha notado a placa na lateral da Praça dos Imigrantes. “Eu sempre fui muito reflexiva, lia muito, mas agora com minha mãe doente eu não tido tempo. Concordo com a placa, se você puder estar resolvendo os problemas é melhor, nem que seja no tempinho curto, da meia-noite, 1 hora da manhã”, acredita Gisela.

Para Gisela, que é auxiliar administrativo, existem duas opções, resolver o problema ou abdicar de algo por qualidade de vida. “Se tiver muita coisa e você não der conta, vai precisar deixar algo de lado”, explica.

Lourdes trabalha ali e acha que a intervenção foi feita por um artista  (Foto: Fernando Antunes)
Lourdes trabalha ali e acha que a intervenção foi feita por um artista (Foto: Fernando Antunes)

No vai e vem de carros todos os dias, a placa se tornou popular e até motivo de fotos na internet. Entre quem acredita que a mensagem diz sobre problemas, qualidade de vida ou apenas a arte do ser humano de enrolar, o estudante Silas Bazzana Dória, 19 anos, sente que as palavras querem semear o amor.

“O que eu vejo, que eu valorizo como ser humano é algo para dentro, sobre as relações, não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, não deixe o beijo ou abraço que você quer dar hoje para amanhã, as vezes as pessoas, a mãe, por exemplo, pode não estar mais aí”, explica.

Estudando para a habilitação, desenhando na Praça dos Imigrantes, Silas, que ainda é tão jovem, acredita que a vida é curta. “Temos que valorizar as pessoas, dizer o que sentimos antes que o tempo acabe”, diz.

Entre quem convive todos os dias com o ambiente, a placa é um aviso a seguir em frente, independente dos obstáculos. “Se todo mundo parasse de deixar para amanhã o que pode fazer hoje as coisas estariam bem melhores. Um abraço, estudo, as oportunidades. Quando você se dá conta, não dá mais”, acredita Lourdes Pedrão, 66 anos.

Artesã, ela frequenta e vende na Praça dos Imigrantes há 10 anos produtos em cabaça. Confessa que não tinha visto a placa, mas só “podem ter sido artistas”, ri.

Enquanto isso, Gisela que atravessava a rua da Joaquim Murtinho em direção a Barão de Melgaço manda uma última mensagem. “Faça o que é melhor para você logo”.

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