Imasul compra 122 hectares para proteção das águas do Taquari
O rio, que chega ao Pantanal, foi protagonista do maior desastre ambiental de MS
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) adquiriu área de 122 hectares para proteção das águas do Rio Taquari, que foi protagonista do maior desastre ambiental do Estado.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O Imasul adquiriu uma área de 122 hectares nos limites do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, em Costa Rica, Mato Grosso do Sul. A compra, no valor de R$ 862.325,70, utilizou recursos de compensação ambiental e visa proteger as águas do rio, que sofreu o maior desastre ambiental do Estado. A região abriga importantes atributos naturais, como cachoeiras e o Rio Furnas, além de espécies como onça-pintada e araras. O Rio Taquari, com 801 km de extensão, sofre com assoreamento desde 1970, tendo se transformado em um "deserto líquido" que inviabilizou a produção rural, principalmente em Corumbá.
Os recursos de R$ 862.325,70 são provenientes de compensação ambiental, mecanismo previsto na legislação que destina verbas de empreendimentos com impacto ambiental significativo para ações de preservação.
- Leia Também
- Rio Taquari e outros cinco do Cerrado perderam 27% de água em 51 anos
- Desmatamento em área de preservação do Rio Taquari é investigado pelo MP
A terra fica localizada nos limites do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, no município de Costa Rica. A formalização da escritura foi mais um passo na regularização fundiária da unidade de conservação, estratégica para a proteção da Bacia do Alto Taquari.
O documento foi assinado pelo diretor-presidente do Imasul, André Borges, e por representante da empresa Karandá Incorporadora Ltda, proprietária da área (Fazenda Field II).
Em 26 de março, o governo publicou decreto declarando de utilidade pública, para fins de desapropriação, os imóveis rurais na área do parque.
“Ao garantir a titularidade do Estado sobre essas terras, asseguramos a proteção efetiva de nascentes e da biodiversidade associada à região do Alto Taquari, com reflexos diretos na segurança hídrica e no equilíbrio ecológico de toda a bacia”, destaca o diretor do Imasul.
Representante da empresa Karandá Incorporadora Ltda, Laerte dos Santos afirmou que a área tinha pouco uso para a pecuária. “Tem onça-pintada, arara-vermelha, arara-azul, cutia, além de muitos peixes no Rio Taquari. A área fica nos fundos da fazenda, exatamente onde nascem as primeiras águas do Rio Taquari. O rio começa ali e vai ganhando volume até desaguar no Pantanal”.
De acordo com o gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, a área é uma região estratégica, que abriga importantes atributos naturais, como cachoeiras, o Rio Furnas (formador do Taquari), além de paisagens de grande beleza cênica e a própria divisa com Mato Grosso.
O assoreamento do Rio Taquari começou na década de 1970. Asfixiado pela terra, o rio saiu do leito e se espalhou pelas propriedades rurais, inviabilizando a produção, num verdadeiro deserto líquido, principalmente em Corumbá.
Com 801 km de extensão total, o rio tem suas nascentes no Mato Grosso. Após percorrer aproximadamente 34 km no MT e 134 km como divisor desse Estado com Mato Grosso do Sul, ele entra em território sul mato-grossense.
Próximo à cidade de Coxim, o Rio Taquari recebe as águas do seu principal tributário, o Rio Coxim, e logo adentra o Pantanal. Ele chega ao Rio Paraguai, o principal curso de água daquele bioma.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.