ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SÁBADO  14    CAMPO GRANDE 23º

Política

Após briga sobre MST, deputados aprovam Selo da Agricultura Familiar

Sessão foi marcada por troca de ofensas e suspensão temporária dos trabalhos antes da votação dos projetos

Por Jhefferson Gamarra e Fernanda Palheta | 29/04/2025 12:57
Após briga sobre MST, deputados aprovam Selo da Agricultura Familiar
Antagonistas no parlamento, deputados Zeca do PT e Zé Teixeira divergem sobre movimento social (Foto: Divulgação)

Após um início tumultuado, com trocas de acusações e ofensas entre parlamentares em razão de moções relacionadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e à atuação da Polícia Militar, a Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) aprovou quatro projetos durante a sessão ordinária desta terça-feira (29).

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Em meio a tumultos e troca de acusações entre deputados, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta terça-feira (29), o projeto de lei que cria o Selo da Agricultura Familiar no estado. A proposta visa certificar produtos artesanais, in natura ou processados, com foco na qualidade e segurança alimentar. A sessão foi marcada por discussões acaloradas sobre o MST e a atuação da Polícia Militar, levando à suspensão temporária dos trabalhos. Além do selo, a Alems aprovou projetos que denominam "Vale da Celulose" os municípios impulsionados pela cadeia produtiva do setor, estabelecem diretrizes de atenção às mães atípicas e obrigam planos de saúde a informarem previamente beneficiários com autismo sobre cancelamento ou suspensão de serviços. Deputados destacaram a importância do apoio aos pequenos produtores e a necessidade de políticas para uma produção de alimentos mais saudável.

A sessão chegou a ser suspensa temporariamente após acalorada discussão entre deputados do PT e do PL, motivada por divergências em torno das manifestações do MST e da atuação policial em Dourados e na BR-060. Após o retorno, parlamentares do PL se ausentaram da sessão, mas os trabalhos seguiram com quórum suficiente para votação das propostas.

Um dos principais destaques foi o Projeto de Lei 83/2025, de autoria do Poder Executivo, que institui o Programa Selo da Agricultura Familiar no Estado. A proposta estabelece critérios para certificação de produtos alimentícios artesanais, in natura ou processados, oriundos da agricultura familiar, com foco na qualidade, segurança alimentar e ausência de riscos sanitários. Os produtos serão classificados em categorias conforme sua origem, seja vegetal ou animal. A matéria foi aprovada em segunda discussão, com emendas, e segue para a redação final.

Durante os debates, o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD) destacou que a iniciativa representa uma política moderna de valorização do pequeno produtor. “Estamos falando de uma reforma agrária do século 21. O Brasil já assentou 1,2 milhão de famílias em 92 milhões de hectares — três vezes o território do Mato Grosso do Sul. É preciso apoiar quem já está produzindo, muitas vezes sem recursos, abandonado no lote. O governo pode estender a mão e ajudar essas famílias a crescerem”, afirmou.

A deputada Gleice Jane (PT) também defendeu o projeto e criticou os impactos ambientais do agronegócio de larga escala. “É o pequeno produtor que põe alimento na nossa mesa. E é importante lembrarmos que grandes exportadoras do estado foram barradas na China por uso excessivo de agrotóxicos. Precisamos de políticas para uma produção saudável e orgânica”, declarou.

Além do projeto do selo, foi aprovado em segunda discussão o Projeto de Lei 12/2025, do deputado Caravina (PSDB), que dá a denominação oficial de “Vale da Celulose” ao conjunto de municípios impulsionados pela cadeia produtiva da celulose. A matéria também segue para redação final após receber emendas.

Ainda foram aprovados o Projeto de Lei 236/2024, de autoria da deputada Mara Caseiro (PSDB) e coautoria de outros parlamentares, que estabelece diretrizes de proteção e atenção às mães atípicas e cria a Semana Estadual das Mães Atípicas. O texto prevê apoio psicológico e psiquiátrico, principalmente para mães de baixa renda, além de ações de inclusão e combate ao estigma social enfrentado por essas mulheres.

Por fim, foi aprovado em primeira discussão o Projeto de Lei 146/2023, do deputado Júnior Mochi (MDB), que obriga operadoras de planos de saúde a informarem com antecedência beneficiários com TEA (Transtorno do Espectro Autista) sobre a suspensão ou cancelamento de serviços. O texto segue agora para análise das comissões de mérito.

Nos siga no Google Notícias