Depois de 12 anos, vereadores barram isenção do ISS para Consórcio Guaicurus
Apesar da vitória numérica, com 15 votos favoráveis e 10 contrários, o texto precisava do apoio de 2/3 da Casa

Com votação acirrada, os vereadores de Campo Grande barraram, na última sessão do ano, a continuidade da isenção da isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza) ao Consórcio Guaicurus. O benefício era aplicado e renovado anualmente desde 2013.
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A Câmara Municipal de Campo Grande barrou a renovação da isenção do ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza) ao Consórcio Guaicurus, benefício concedido desde 2013. Apesar de 15 votos favoráveis contra 10 contrários, a proposta foi rejeitada por não atingir o quórum qualificado de 20 votos. A decisão ocorreu em meio à greve dos trabalhadores do transporte coletivo, que protestam contra atrasos salariais. O presidente da Câmara, Epaminondas Neto, criticou a falta de iniciativas claras de mudança por parte do Consórcio, enquanto o líder do governo indica possível reapresentação do projeto em 2026.
Apesar da vitória numérica, com 15 votos favoráveis e 10 contrários, o projeto de lei apresentado pela Prefeitura de Campo Grande na manhã desta quinta-feira (18) não segue para sanção, pois precisava do apoio de dois terços dos parlamentares da Casa de Leis.
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O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), afirmou que compreende a votação dos colegas. "Eu acho que isso é um sinal para a cidade de que o parlamento está esgotado em relação ao Consórcio Guaicurus, que demonstra repetidas vezes as mesmas falhas. E o pior, sem uma iniciativa clara do que quer mudar. Está sempre justificando algumas coisas, mas, na prática, com ações que demoram demais para acontecer", avaliou.
Papy reiterou que o projeto foi encaminhado pela prefeita Adriane Lopes (PP), o que representa um "desejo" do Executivo. "Vale ressaltar que a isenção compõe a tarifa da passagem", alertou, apontando que a decisão pode refletir no bolso da população.
O líder da prefeita na Câmara, vereador Beto Avelar (PP-MS), reconheceu a insatisfação geral com os serviços prestados pela concessionária, porém cobrou responsabilidade. “Mas nós temos que respeitar que é democrático. Eles entenderam que não deveria dar esse incentivo à redução, ou seja, cortar essa questão do ISS”, afirmou.
Diante da derrota, o progressista afirma que a prefeita pode reapresentar o projeto no início do ano legislativo de 2026, com efeito retroativo. "Então, eu acredito que, no início do ano, o Executivo deve reapresentar esse projeto. No momento, com essa insatisfação generalizada dos vereadores, não foi propício aprovar", completou.
Desde o início da semana, os vereadores sinalizavam a interrupção do benefício. A movimentação começou em meio à greve dos trabalhadores do transporte coletivo, que denunciam atraso no pagamento de salários e benefícios. Para os parlamentares, o momento é inadequado para qualquer tipo de concessão fiscal ao consórcio.
Favorável - Votaram favoráveis a continuidade da isenção os vereadores Beto Avelar (PP), Carlos Augusto Borgers, o Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Jamal Mohamed Salem (MDB), Lívio Leite (União), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges (Republicanos), Wilton Celeste Candelorio, o Leinha (Avante), Neto Santos (Republicanos), Otávio Trad (PSB), Juari Lopes Pinto, o Professor Juari (PSDB), Riverton Francisco de Souza, o Professor Riverton (PP), Rafael Tavares (PL), Ronilço Cruz de Oliveira , o Ronilço Guerreiro (Podemos), Silvio Eduardo Alves Pena, o Silvio Pitu (PSDB) e Francisco Carvalho, o Veterinário Francisco (União).
Contrário - Foram contra a continuidade do beneficio os vereadores André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Fabio Rocha (União), Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB), Jean Ferreira (PT), Landmark Ferreira (PT), Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP), Marquinhos Trad (PDT) e Wilson Lands (Avante).
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