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Política

Efeito Bolsonaro cria disputa acirrada na comissão de segurança pública

Pauta do combate à violência é um dos fatores que elegeu o presidente e, agora, fortalece espaços que tratam do assunto. Coronel David (PSL) e Cabo Almi (PT) disputam a presidência da comissão

Izabela Sanchez e Leonardo Rocha | 07/02/2019 11:36
Cabo Almi (PT) e Coronel David (PSL) estão na disputa pela presidência da Comissão (Imagens: Arquivo/Assembleia Legislativa)
Cabo Almi (PT) e Coronel David (PSL) estão na disputa pela presidência da Comissão (Imagens: Arquivo/Assembleia Legislativa)

“Violência se combate com mais violência”, é uma das frases que criaram a marca “Bolsonaro” e ajudaram o presidente a atender parte dos anseios populares e ser eleito com grande maioria de votos. O efeito “Bolsonaro”, o combate a violência e o pacote anti-crimes do Ministro da Justiça Sérgio Moro são alguns dos ingredientes responsáveis por engrossar o caldo que engrandeceu a Comissão de Segurança Pública e Defesa Social na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Com disputa acirrada, cinco nomes já foram definidos para compor a comissão, dois deles, de partidos completamente opostos, dividem opiniões e medem forças na Casa para assumir a presidência. São eles Coronel David (PSL), que aposta na proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, com quem compartilha a legenda e o Cabo Almi (PT), que tenta fazer com que a experiência e a tradição – ele presidiu a comissão no último mandato – equilibrem o jogo e aumente a vantagem.

Os dois representam, também, a queda de braço entre dois blocos criados na Casa, o G10 e o G9, responsáveis pelas indicações. A maioria dos membros da comissão saíram de forças de segurança, a exemplo de David e Almi, ex-comandante da Polícia Militar e policial militar, respectivamente.

Além dos dois deputados, Renan Contar (PSL), Capitão do Exército, José Carlos Barbosa (DEM), ex-secretário de segurança pública do estado e Marçal Filho (PSDB) integram a comissão. Este último é o único parlamentar que não é ligado à segurança pública por carreira, mas que, ainda assim, vai decidir a presidência. É o voto de “minerva” da comissão, já que Coronel David tem o voto do correligionário Renan Contar e Almi, o voto de José Carlos Barbosa.

A importância da comissão de segurança é um ineditismo na Casa, que além de ter crescido junto com o discurso forte sobre a violência, busca um espaço nas discussões sobre Mato Grosso do Sul, estado com destaque nacional no tema. Isso se deve especilamente às fronteiras. A divisão Brasil/Paraguai no estado, por exemplo, abriga aumento brusco de assassinatos e crimes.

Tucano, Rinaldo Modesto tentou adiantar a decisão que agora fica a cargo de Marçal Filho: “se fosse ele votaria do Cabo Almi”, afirmou, ao citar a experiência do deputado petista.

A experiência, ainda assim, esbarra em uma nova onda no legislativo brasileiro, onde siglas tradicionais tem perdido espaço para os novatos do baixo clero. Exemplo disso é o crescimento da legenda do presidente, o PSL, que representa o deputado estadual mais bem votado durante as eleições, Renan Contar.

O comando da comissão de segurança é sonho antigo do deputado Coronel David. Integrar o PSL e ter proximidade com Bolsonaro representam peso na balança, conforme avalia o parlamentar, que já pediu que Almi retire o nome da disputa. “Dessa forma teria mais contato para trazer recursos de Brasília para a segurança, principalmente na fronteira”, declarou.

Cabo Almi, ainda assim, não desiste da disputa. “Vou buscar meus votos”, comentou. Os dois avaliam o “crescimento da comissão”, hoje uma das mais requisitadas da Assembleia. Citam o crescimento da violência durante o período eleitoral e o papel estratégico do estado, corredor de drogas e um dos cenários da guerra entre as facções.

A reunião que vai decidir a presidência da comissão ainda será marcada. A comissão de segurança pública e defesa social é responsável por examinar e emitir pareceres sobre os planos e programas estaduais, regionais e setoriais. Os integrantes da comissão ainda tem a prerrogativa de acompanhar e fiscalizar os projetos de segurança pública e de defesa social.

A comissão também pode pedir informações para ajudar a formalizar políticas públicas de segurança pública, PM, Polícia Civil, Bombeiros, Polícia Municipal, agentes penitenciários e patrimoniais. Ainda pode pedir informações sobre a destinação de recursos das esferas federal e estadual para as áreas de segurança e defesa social.

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