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Política

Prefeitura pode ter de cancelar contrato de quase R$ 900 mil para limpeza urbana

Recomendação veio uma semana após MPMS concluir inquérito sobre caso e considerar contratação desnecessária

Por Ângela Kempfer | 24/06/2025 15:43
Prefeitura pode ter de cancelar contrato de quase R$ 900 mil para limpeza urbana
Imagem aérea de Glória de Dourados, município questionado pelo MPMS. (Foto: Assessoria)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul expediu recomendação para que a Prefeitura de Glória de Dourados rescinda, de imediato, o contrato de R$ 897,3 mil firmado sem licitação com a empresa Nascimento Ambiental e Serviços LTDA, para serviços de limpeza urbana.

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendou à Prefeitura de Glória de Dourados a rescisão imediata de contrato de R$ 897,3 mil com a empresa Nascimento Ambiental e Serviços LTDA para serviços de limpeza urbana. A contratação, realizada sem licitação, é questionada devido à existência de 38 servidores efetivos capazes de executar as mesmas tarefas.A investigação revelou que a administração municipal pagou cerca de R$ 300 mil à terceirizada entre fevereiro e abril, gerando sobreposição de despesas. O prefeito Júlio Buguelo justificou a contratação alegando necessidade de combater problemas de saúde pública, incluindo surto de chikungunya na região.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público identificou que o município já conta com 38 servidores efetivos, trabalhadores braçais, garis e lixeiros, capazes de executar as mesmas tarefas, o que, segundo o órgão, descaracteriza a situação de emergência alegada na contratação.

A investigação mostrou que, apesar da mão de obra disponível, a administração municipal pagou quase R$ 300 mil à terceirizada entre fevereiro e abril, elevando o custo mensal da limpeza para cerca de R$ 250 mil quando somados salários e fatura da empresa. Para o MP, a sobreposição de despesas viola os princípios da economicidade e da eficiência previstos na Constituição.

Na recomendação, o promotor Gilberto Carlos Altheman Júnior determina quatro medidas: cancelar o contrato emergencial, não renovar acordos semelhantes, evitar novas terceirizações para o mesmo serviço e não recorrer à dispensa de licitação quando houver servidores aptos. O prefeito tem 15 dias para informar se acatará as orientações; caso contrário, o MP poderá ajuizar ação por ato de improbidade e comunicar o Tribunal de Contas do Estado.

O contrato, assinado em janeiro para vigorar por seis meses, previa varrição de ruas, roçagem de áreas verdes, raspagem e pintura de guias, além de poda de árvores. A Promotoria lembra que a terceirização de atividades já previstas no quadro de servidores é vedada quando resulta apenas na substituição de mão de obra pública por privada, sem ganho de eficiência ou economia.

A Prefeitura pode contestar a recomendação até 3 de julho e o caso será encaminhado ao TCE-MS para acompanhamento das contas públicas.

Caso a gestão municipal cumpra a orientação, o contrato será anulado e os serviços continuarão sob responsabilidade dos servidores efetivos, com economia estimada de quase R$ 600 mil até dezembro.

Na semana passada, ao ser questionado pelo Campo Grande News, o prefeito de Glória de Dourados, Júlio Buguelo (PSD), disse que o contrato foi feito por uma grande necessidade do município em ter a limpeza. Pegamos uma cidade em situação precária e com os braçais que temos não conseguiríamos entregar a nossa população a limpeza que o município necessitava".

Segundo ele, o problema é até de saúde pública. "Com a sujeira que tinha aumentou casos de chikungunha, o que levou nosso hospital a fazer quase 9 mil atendimentos em menos de 3 meses. Sendo assim necessário a contratação", alegou.

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