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Das coisas sagradas

Por Heitor Freire (*) | 30/04/2018 10:34

Nós, seres humanos, estamos nos esquecendo das coisas sagradas. Coisas sagradas que não se encontram necessariamente em locais ditos sagrados. Mas que estão em toda parte. Tudo foi criado por Deus. Tudo é sagrado. As coisas sagradas permeiam o Universo.

É bom e útil que cada um de nós volte o seu olhar para elas. A sacralidade não decorre somente das coisas, mas também dos procedimentos. O amor, a gratidão, a generosidade e a gentileza são igualmente procedimentos sagrados.

Tudo provém de Deus. Nós é que não nos apercebemos disso. Deus nos dotou com todo o necessário para o nosso desenvolvimento físico, mental e espiritual. Deu-nos a fé, atributo intrínseco e infinito do nosso espírito. Fé não é crença, vem do latim fides (fidelidade). Se nós formos fiéis tudo se resolve. Fiéis a nós mesmos, à nossa mulher, à
nossa família, à nossa profissão, à nossa Pátria.

O ser humano não consegue atingir isso porque simplesmente vive distraído por outros interesses, como a fortuna, o sucesso, a felicidade, a ânsia de vencer na vida, superar seus familiares, colegas, etc.

A encarnação é uma oportunidade de aprendizado, uma escola, onde cada um deve encontrar o seu próprio mestre em seu coração, pronto para ajudá-lo e guiá-lo. Então cabe a cada um aproveitar e fazer a grande mudança que lhe compete, agora.

A propósito das coisas sagradas, lembrei-me de um fato narrado, quando fui funcionário do Banco do Brasil, em Ponta Porã, por João Misael Mamoré, Rosacruz, pai do meu padrinho Douglas, ocorrido quando ele foi aprisionado pelas forças do exército italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

Mamoré era expedicionário da FEB. Aconteceu o seguinte: Na prisão ele conheceu um padre que todos os dias celebrava uma missa particular. Observando como ele procedia, Mamoré verificou que na consagração da hóstia sagrada, o padre elevava um pedaço da hóstia da qual tirava um minúsculo pedaço para sua comunhão. E o padre lhe disse que fazia isso porque não sabia por quanto tempo ainda ficaria preso.

Mamoré, que tinha um profundo conhecimento esotérico, aconselhou ao padre que se em vez da hóstia, consagrasse, por exemplo, um pouco de grama, o resultado seria o mesmo. O padre resolveu experimentar. Logo depois, procurou Mamoré para lhe contar, maravilhado, que o efeito fora o mesmo; a consagração da grama lhe trouxe a mesma
energia que ele percebia no resto da hóstia, porque, na verdade, tudo é sagrado. E acabou libertando-o daquele resto de hóstia.

Outra coisa sagrada que é fundamental é o nosso corpo. O nosso corpo é constituído por órgãos, neurônios, células, moléculas e átomos que se relacionam entre si de forma integrada e inteligente. Cada um de nós foi dotado da energia da vida universal que envolve o nosso corpo e se constitui no nosso poder de cura interior. Do perfeito funcionamento de cada parte depende a harmonia do todo.

Quando a harmonia reina, tudo funciona. Quando há disputa entre os órgãos, ocorre a disfunção que gera mal estar, doenças, etc. Cada órgão tem a sua função e individualidade. Assim, para que o nosso corpo, que é o templo do nosso espírito, cumpra sua finalidade é fundamental a integração entre todos os órgãos.

E essa integração decorre do respeito e da consciência com que nos relacionamos internamente. Que depende da conjugação perfeita de diversos fatores, como pensamentos, atitudes, palavras, atos, alimentação.

Quando mastigamos os alimentos de forma a transformá-los em líquidos, a absorção deles pelo aparelho digestivo acontece de forma alegre e agradecida.

O que acontece é que nós estamos voltados para fora e nos esquecemos do fundamental,
que é o nosso interior. Nós devemos falar com nossos órgãos para influenciar a harmonia interior, que será plena na exata medida da consciência verdadeira de nossos atos.

Daí, a verdade do ensinamento milenar: “Conhece-te a ti mesmo”. “Se compreendes as coisas são como são; Se não compreendes, as coisas são como são”.

(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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