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Cidades

Contran acaba com obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar CNH

Ministro dos Transportes, Renan Filho, reforça que as provas teóricas e práticas continuam obrigatórias

Por Silvia Frias | 01/12/2025 11:59
Contran acaba com obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar CNH
Novas regras não alteram algumas etapas, como necessidade de ter aula prática e teórica (Foto/Arquivo)

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (1º), a resolução que altera o processo de obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), retirando a obrigação de aulas em autoescolas. A mudança, segundo o Ministério dos Transportes, pode reduzir de maneira significativa o custo da habilitação, hoje apontado como um dos principais entraves para quem tenta obter o documento.

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O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou resolução que elimina a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida visa reduzir custos e ampliar o acesso ao documento, mantendo a exigência de provas teóricas e práticas. A decisão foi motivada por pesquisa que revelou o alto custo como principal obstáculo para obtenção da CNH. Em alguns estados, as autoescolas representam até 87,3% do valor total do processo. Atualmente, cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação no país.

Estimativas citadas pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) indicam que 20 milhões de brasileiros dirigem sem CNH e outros 30 milhões têm idade para se habilitar, mas não iniciam o processo sobretudo por conta do preço, que chega a até R$ 5 mil em alguns estados.

Segundo a assessoria do Ministério dos Transportes, a resolução prevê curso teórico gratuito e digital, diminui a carga mínima para aulas práticas e abre espaço para instrutores autônomos credenciados pelos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), além das autoescolas tradicionais. A abertura do processo poderá ser feita pelo site do Ministério dos Transportes ou pela Carteira Digital de Trânsito.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirma que o novo modelo segue padrões de países onde a ênfase está na avaliação do candidato, e não na quantidade de aulas, mas reforça que as provas teórica e prática continuam obrigatórias.

O conteúdo teórico deverá ser disponibilizado de forma on-line, sem custo, embora o estudo presencial continue permitido. As aulas práticas passam de carga mínima de 20 horas para duas horas, com possibilidade de complementação conforme a necessidade de cada candidato. Os instrutores independentes serão autorizados e fiscalizados pelos Detrans, com identificação vinculada à Carteira Digital de Trânsito. O processo também passa a exigir atendimento presencial apenas para etapas indispensáveis, como exame médico e coleta biométrica.

As mudanças atingem também motoristas das categorias C, D e E, que poderão ter mais opções de formação. Entre os grupos potencialmente beneficiados estão jovens que ainda não iniciaram o processo por falta de recursos, trabalhadores que dependem da habilitação para ingressar no mercado e moradores de regiões onde há pouca oferta de autoescolas. O governo argumenta que a ampliação do acesso pode contribuir para reduzir o número de condutores não habilitados.

A resolução passa a valer após publicação no Diário Oficial da União. O Ministério dos Transportes afirma que as alterações aproximam o Brasil de modelos adotados em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, que priorizam a autonomia do candidato e a avaliação por competência, e não cargas horárias fixas.

O custo do curso em autoescolas representa 78,7% do valor total para obter a CNH em Mato Grosso do Sul, sendo o 11º mais alto do país. O índice foi apresentado em novembro pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, a líderes partidários na Câmara dos Deputados.

Conforme o levantamento, em Santa Catarina a autoescola chega a representar 87,3% do custo total da CNH, o índice mais alto do País. Já na Paraíba, o percentual é de 61,7%, o menor entre os estados. No Rio Grande do Sul, onde o valor total da habilitação é o mais caro do Brasil (R$ 5.148,05), o curso de formação custa R$ 4.437,77, o equivalente a 86,2% do total.

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