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Cidades

Em cinco meses, Ciops registrou 663 trotes e prejuízo de mais de R$ 400 mil

Falsas ocorrências mobilizam equipes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros

Tainá Jara | 19/07/2019 14:17
Mobilização sem necessidade compromete outros atendimentos de emergência por equipes dos bombeiros (Foto: Divulgação)
Mobilização sem necessidade compromete outros atendimentos de emergência por equipes dos bombeiros (Foto: Divulgação)

Entre janeiro e maio de 2019, o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) registrou 663 tentativas de trotes para os números de emergência da Polícia Militar, 190 e Corpo de Bombeiros, 193. Além de prejudicarem os trabalhos de salvamentos, as ligações falsas podem trazer prejuízo entre R$ 615 e R$ 1.180 por ocorrência.

Em 2018, o setor de estatística e planejamento do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), registrou 605.806 chamadas atendidas, das quais 2,80% eram tentativas de trote. Além de travar as linhas, a ação maldosa impede que o atendimento seja direcionado a quem de fato precisa dele.

A saída de uma equipe de salvamento do Corpo de Bombeiros para atender uma ocorrência de incêndio, por exemplo, gera um custo médio de R$ 1.180,00 ao Estado. Para se ter uma ideia, uma equipe de combate a incêndio em edificações ou residências, chamada de Trem de Socorro, é composta em média por 12 militares distribuídos em quatro viaturas, sendo uma de auto salvamento (AS), uma unidade de resgate (UR), um auto bomba tanque (ABT), e uma auto bomba rápido (ABR).

Em casos de ocorrências para atendimento de acidentes de trânsito, a equipe e o número de viaturas cai pela metade, e o custo aproximado é de R$ 615,00. Conforme a instituição, a média de militares e viaturas por ocorrência, pode variar em alguns quartéis devido a demanda da cidade.

O Comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, Joílson Alves do Amaral, reforça a importância de que toda sociedade tenha consciência de que o trote pode impedir um salvamento real. “Não é só o prejuízo financeiro com a mobilização de toda uma equipe de salvamento, mas principalmente, a vida de outras pessoas que pode estar em risco enquanto alguém se diverte passando uma informação falsa” pontuou.

Falta de informação - Outra ação que obstrui as linhas de emergência são as ligações para pedidos de informações diversas. De acordo com o diretor do Ciops, delegado Marcos Takeshita, por serem números de fácil memorização, as pessoas ligam para pedir informação. Situação que também afasta o aparelhamento de segurança das ocorrências legítimas, comprometendo o serviço de segurança. No ano passado, 109.959 ligações recebidas pelo Ciops, eram para pedido de informação. Entre janeiro e maio deste ano, já foram contabilizadas 32.424.

A maioria das chamadas com intenção de trote é detectada durante a conversa, pelas características típicas de comunicação e experiência dos atendentes. Conforme o Ciops, todos os telefones que realizam chamadas para o 190 ou 193, ficam registrados no sistema, e quando há necessidade é possível realizar investigação para responsabilizações.

O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa.

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