ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Prioridade em vacinação, mortes de indígenas por covid caem 66% em MS

Pacientes com outras declarações de "cor/raça", contudo, continuam em alta de mortes

Guilherme Correia | 19/04/2021 13:50
De forma simbólica, primeira vacinada em MS foi mulher indígena, de 99 anos (Foto: Silas Lima/Arquivo)
De forma simbólica, primeira vacinada em MS foi mulher indígena, de 99 anos (Foto: Silas Lima/Arquivo)

Mortes de indígenas por covid-19 têm caído ao longo dos últimos meses em Mato Grosso do Sul, enquanto os registros - separados pelas demais declarações de cor/raça - de outras etnias continuam crescendo, já que o Estado vive pior momento da pandemia.

Foram 38 mortes nesse grupo em agosto de 2020, maior número registrado em um mês, e em janeiro deste ano foram registrados nove óbitos. Enquanto isso, março teve apenas três vítimas - uma redução de 66% se comparado com o primeiro mês de 2021.

O mês passado, no geral, foi o que registrou mais óbitos pelo coronavírus, até o momento. Isso pode ser visto entre as mortes de pacientes brancos, pardos, pretos e os cuja informação encontra-se "ignorada" pelos dados do governo estadual. Houve recorde entre pessoas brancas (532 óbitos), ignorados (152), pardas (486) e pretas (47).

Entre amarelos, o ápice foi em dezembro, com 12 óbitos nesse grupo. Apesar disso, março deste ano e julho do ano passado empatam como segundo mês mais letal.

Vacinação - Criado pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde, o PNI (Plano Nacional de Imunização) preconiza que indígenas, historicamente subjugados e estatisticamente mais afetados pela doença, sejam vacinados pelos estados e municípios brasileiros.

Dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) falam em 46 mil indígenas a serem vacinados, por ora, sendo que desses, 37 mil receberam ao menos uma dose e 27 mil receberam as duas. Ou seja, pouco mais que a metade do grupo inicial já foi imunizado.

A imunologista Inês Tozetti comenta que ainda é cedo para afirmar com precisão a correlação entre o início da vacinação e a queda de mortes, mas que há, de fato, "visível redução [de óbitos] entre os indígenas". "Esse é o benefício que se espera ao estender a vacinação para todas as populações no estado, e há importância da segunda dose", diz.

Durante transmissão na manhã desta segunda-feira (19), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, comentou que ainda assim parte da população indígena ainda não se vacinou. "Mesmo aqueles que tomaram a primeira dose, há uma parcela significativa que não procurou unidades de saúde para tomar a segunda dose e ficarem imunizados".

Segundo boletim epidemiológico divulgado hoje, Mato Grosso do Sul acumula 237,7 mil casos e 5.224 óbitos em decorrência do coronavírus, desde o início da pandemia.

Nos siga no Google Notícias