ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUINTA  15    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Após adeus, dona Mari vai a hospital agradecer 'anjos' que cuidaram do filho

Adriano Fernandes | 20/02/2017 15:54
Após adeus, dona Mari vai a hospital agradecer 'anjos' que cuidaram do filho
Dona Marisilva retornou a Santa Casa na última sexta-feira (17), para agradecer o atendimento da unidade. (Foto: André Bittar"

“Aqui na Santa Casa eu encontrei os anjos que Deus mandou para cuidar do meu filho”. O depoimento emocionado de dona Marisilva Moreira, de 44 anos, é o exemplo de quem, mesmo em meio a dor, não deixou a humildade de lado e voltou para agradecer pelos os 11 dias de empenho dos profissionais da unidade, até a morte do filho Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, no dia 14.

Foi em nome da gratidão que apenas três dias após a morte do garoto ela retornou, ao lado de familiares, para o local onde também diz ter se “internado” depois que o filho foi encaminhado em estado grave, após ser violentado com uma mangueira de ar em um lava jato.

“Eu ia pra casa descansar, mas meu coração ficava 'internado' no hospital junto com meu filho. Tive muitos consoladores, que me seguravam quando eu caía, por isso hoje eu sou muito grata à toda equipe médica, enfermeiros e técnicos, aos psicólogos e todos que estiveram presente comigo nesse momento de dor”, disse à Santa Casa.

“Eu tenho um grande sonho de reencontrar aqueles que tentaram a todo momento trazer o meu tesouro de volta, mas sei que isso é difícil por conta da rotina corrida de cada um dentro do hospital. Deixo registrado aqui minha gratidão por tudo. Desejo aos profissionais do Pronto Socorro, Cti’s e segundo andar, onde ele ficou internado, que recebam de Deus tudo em dobro por aquilo que fizeram pelo meu filho”, disse dona Mari aos profissionais que tentaram salvar a vida do jovem durante o período de internação.

Wesner chegou ao hospital no dia três de fevereiro e permaneceu internado por 11 dias em estado grave. Passou por pelo menos dois procedimentos cirúrgicos, mas não resistiu aos ferimentos causados pela injeção de ar comprimido em seu corpo, e morreu.

Quem também agradeceu ao bom atendimento foi o tio do rapaz, o assessor parlamentar Elson Ferreira. “Ele fazia questão de elogiar os profissionais que o atendiam, eram muitos votos positivos que motivaram ele a lutar até o fim. Em todos os dias que permanecemos aqui, nunca nos faltou nada”, relata.

A prima de Wesner, Patrícia Brites, que acompanhou o paciente durante a internação elogiou a humanização do atendimento. “Eles (médicos) eram muito prestativos e cuidadosos, e meu consolo está na certeza de que todos fizeram o possível e o impossível para que meu primo vivesse, e principalmente alcançasse os seus sonhos”, completa.

Após adeus, dona Mari vai a hospital agradecer 'anjos' que cuidaram do filho
Dona Maria ao centro, ao lado de Patricia e o tio do rapaz, Elson. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Crime - Os dois suspeitos de terem cometido o crime contra o adolescente são ThiagoGiovanni Demarco Sena, 20 anos, dono do lava jato, e Willian Henrique Larrea, 30 anos. Eles tiveram pedidos de prisão encaminhados à Justiça Estadual.

Porém, no último dia (16), o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, declinou do caso e o encaminhou para outra vara. O motivo foi o entendimento dele de que caso se trata de um homicídio doloso, ao invés de uma lesão corporal grave que resultou em morte posterior. Assim, o caso parou nas mãos de Carlos Alberto Garcete, juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Entretanto, o magistrado também negou a prisão e afirmou entender que o caso deve ser julgado pelo colega que encaminhou o caso à ele. Diante do impasse cabe ao TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidir em definitivo sobre quem deverá analisar a situação, conforme a natureza dela. Até então Tiago e Willian seguem soltos.

Nos siga no Google Notícias