“Deixou meus netos órfãos”, diz avó de jovem executada na BR-262
Família falou à reportagem sobre briga anterior ao crime e ameaças
“Nós queremos justiça. Minha neta era uma menina trabalhadeira, pai e mãe dos filhos dela. Deixou meus netos todos órfãos.” O desabafo é de Elisa Maria da Silva, avó de Janaína Sabino de Almeida, 29 anos, executada a tiros na BR-262, na noite de sexta-feira (21). Abalada, ela mal consegue mencionar a morte sem se apoiar nos três bisnetos, de 5, 10 e 12 anos, agora sem a mãe.
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A mãe da vítima, Elisângela Sabino, relata que as crianças ainda não sabem da brutalidade do crime. “Eu só quero ver esse homem pagando, ele tem que pagar. As crianças estão achando que a mãe só sofreu um acidente de moto e vai voltar. Ficam perguntando: ‘Minha mãe só se machucou, né?’. A gente não tem coragem de falar”, disse, entre lágrimas.
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Para a família, a morte de Janaína tem origem numa briga dias antes, em um bilhar da região onde ela morava, no Jardim Noroeste. “Não sei o que aconteceu, só sei que ele [suspeito] saiu de dentro do carro com uma foice”, lamenta a avó. “Ela ajudava todo mundo, era pau para toda obra. Acabou a estrutura da minha casa. Minha filha era tudo na minha vida”. A mãe ainda lembra que, há dois anos, perdeu outra filha por conta de uma doença.
Briga - A reportagem esteve na região do bilhar citado pela família. Moradores que conversaram com a equipe não quiseram se identificar, mas afirmam que brigas são frequentes no local. “Sempre tem confusão aí”, resumiu uma vizinha.
A melhor amiga de Janaína, que a conhecia há 14 anos, reforça o que a família diz sobre o comportamento da vítima. “Uma menina boa, nova, trabalhadeira. Tinha três filhos para criar”, descreve. Ela afirma que Janaína vinha recebendo ameaças no celular desde a briga no bilhar. “O crime foi devido a essa briga. Tinha ameaça, tinha tudo guardado no celular.”
As investigações apontam que o principal suspeito da execução é o mesmo homem esfaqueado por Janaína dias antes, durante a briga no bilhar no Jardim Noroeste. O nome dele não foi divulgado pela polícia.
Segundo testemunhas já ouvidas, Janaína golpeou o homem para defender o próprio companheiro. Na ocasião, ele [suspeito] teria avançado contra ela armado com uma foice.
A colega que levava Janaína na motocicleta no momento do atentado também ficou ferida. Ela contou que o carro utilizado na execução pertence ao homem esfaqueado, o que fortalece a linha principal da investigação. Um policial explicou que o caso é tratado como feminicídio, por ser a morte de uma mulher por um homem, mas sem vínculo de violência doméstica.
Execução - Janaína seguia para o trabalho na garupa de uma Yamaha Factor quando foi atingida pelos disparos. O atual companheiro de Janaína chegou rapidamente ao local e foi levado para depor.
A mesma testemunha disse que, ao avisar uma prima do companheiro de Janaína sobre a morte, recebeu como resposta: “deu mer...”, interpretando que a familiar já esperava algo grave. Essa informação também está sob verificação.
Até o fechamento deste texto, a Polícia Civil ainda não detalhou completamente a dinâmica do ataque na BR-262 e segue as diligências para confirmar a motivação e identificar formalmente o responsável pelos disparos.
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