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Capital

Escola que recebe alunos da Unei será fechada e revolta pais e estudantes

Escola Estadual Riachuelo vai ser integrada à Escola Estadual Hércules Maymone a partir de 2019

Izabela Sanchez | 19/12/2018 08:32
Estudantes da Escola Estadual Riachuelo durante aula no laboratório da escola (Foto: Divulgação/SED)
Estudantes da Escola Estadual Riachuelo durante aula no laboratório da escola (Foto: Divulgação/SED)

Diretora, professores, pais e alunos da Escola Estadual Riachuelo foram surpreendidos, na tarde de terça-feira (18), com a notícia de que a escola vai encerrar as atividades no prédio onde hoje funciona, no bairro Cabreúva, e será integrada à Escola Estadual Hércules Maymone. A transferência da Escola, que tem projetos especiais e recebe alunos de Uneis (Unidades Educacionais de Internação), revoltou a comunidade escolar.

A revolta motiva protesto que vai ocorrer durante a manhã desta quarta-feira (19), em frente à Escola. Filho de uma das professores, Gustavo Lorenço da Silva, 28, ajuda a organizar o ato. “Ficaram sabendo ontem a tarde que vão ser transferidos para a Escola Hércules Maymone, hoje às 9h vão fazer essa manifestação, falando da importância da escola”, comentou.

Empresária e mãe de uma das alunas do colégio, Walquíria Matos, 42, é representante dos pais e alunos no colegiado. Ela explica que teme que os alunos das Uneis percam o vínculo já estabelecido com os professores. A relação entre mestres e alunos na escola, explica, é diferenciada e “especial”, e motiva os alunos a participarem do dia-a-dia da escola.

“Na quinta-feira a secretária de educação foi lá só para olhar o prédio para ver como estava, e de repente mandou um ofício. Aí nós saímos mobilizando pessoal. Acho que 80% dos alunos são da Unei, vão colocar no Hércules Maymone, mas eles não vão, eles vão abandonar, como mãe não gostaria que acontecesse com um filho meu. É uma interação muito grande, tanto com os professores, quanto com os psicólogos”, explica.

Além disso, afirma, a mudança vai alterar a rotina dos alunos. Muitos, conta a mãe, vivem na região, a exemplo da filha, e não pagam passe de ônibus para estudar. Além disso, os pais temem o fim de projetos da escola, como o AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem).

“Minha filha não paga passe de ônibus para ir. É um gasto mais. Ela gostou do projeto, do AJA, os professores interagem muito com os alunos. Eles mantem contato com os alunos até via whastsapp, eles vão perder esse vínculo”, relata.

Diretora da escola, Maria de Almeida Gerônimo não sabe o que vai ocorrer com a próprio trabalho depois da mudança. Assim como professores, pais e alunos, ela também foi surpreendida com o comunicado.

“Todos os alunos vão ser transferidos para a Escola Hércules Maymone, os funcionários efetivos vão ser remanejados para outras escolas e os professores são convocados, encerra agora, são 3 efetivos que vão ter que procurar outra escola. No meu caso eles mandaram eu procurar o jurídico para ver como vai ficar minha situação e a situação da secretária da escola”, afirma.

Segundo a diretora, o prédio será utilizado para outra função. “Os pais e os alunos não aceitam essa transferência sem um planejamento, o que estão questionando é que se fosse avisado com antecedência, uma coisa planejada, e não assim de uma hora para outra. O respeito com os pais e com alunos”, afirma.

O Campo Grande News aguarda posicionamento da SED (Secretaria de Estado de Educação).

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