Estudo estima custo de R$ 78 bilhões para tarifa zero em todo Brasil
Proposta nacional de financiamento ganha força e pode sair em 2026
A adoção da tarifa zero no transporte público brasileiro exigiria R$ 78 bilhões por ano, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pela Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero.
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A implementação da tarifa zero no transporte público de Campo Grande enfrenta obstáculos significativos, apesar de ser tema recorrente nas discussões políticas. O assunto, debatido desde a gestão de Alcides Bernal (2013-2015), permanece sem avanços concretos devido a disputas políticas, crise fiscal e problemas operacionais. Um estudo recente da Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero indica que a implementação do modelo em 706 cidades brasileiras custaria R$ 78 bilhões. A proposta sugere uma reformulação do financiamento, com contribuições empresariais baseadas no porte e número de funcionários, substituindo o atual sistema de vale-transporte.
O levantamento considera a implementação do modelo em 706 cidades e propõe uma reformulação no financiamento, com contribuição das empresas proporcional ao porte e ao número de funcionários, substituindo o atual formato do vale-transporte. Embora a estimativa apresente uma alternativa viável em nível nacional, o cenário de Campo Grande mostra que o transporte gratuito ainda está longe de se tornar realidade.
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Na capital sul-mato-grossense, a discussão sobre tarifa zero não é nova. O tema apareceu com força durante a gestão de Alcides Bernal, entre 2013 e 2015, quando chegou a ser tratado como meta para o futuro da cidade. Apesar do interesse de setores sociais e políticos, o projeto não avançou por causa de disputas internas, crise fiscal e problemas acumulados no sistema, como frota precária e alto número de reclamações.
A proposta voltou a ser mencionada na gestão de Marquinhos Trad, que assumiu o cargo em 2017, novamente como promessa de campanha, mas encontrou um sistema ainda mais pressionado. A falta de repasses ao Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo, somada a sucessivos aumentos de tarifa e dificuldades para equilibrar o contrato de concessão, inviabilizou qualquer avanço concreto rumo à tarifa zero.
A condição financeira do consórcio também pesou. Operando com contratos firmados em 2012, o grupo enfrentou desequilíbrio econômico e desafios para renovar a frota, implementar tecnologias e melhorar o serviço. Paralelamente, o município lidou com orçamento apertado, queda de arrecadação e necessidade de reestruturar contratos.
O estudo nacional propõe uma saída baseada na redistribuição dos custos já existentes do vale-transporte, transferindo a responsabilidade das deduções salariais para uma cobrança ajustada às empresas. Para funcionar, o modelo exige forte articulação entre poder público e setor privado, além de uma gestão de transporte altamente organizada, condições que Campo Grande ainda não reúne.
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