ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Preso, homem diz que ateou fogo em vigia porque ele não quis comprar camiseta

Paula Maciulevicius e Luciana Brazil | 31/08/2012 10:26

Quando o vigia se negou a comprar, Erick relatou que amarrou Evaldo com fios de energia e ateou fogo no colchão

Delegado rebate versão, de que o colchão onde o tiner foi jogado estava ao lado da vítima. Fábio Peró afirma que o colchão foi jogado em cima do vigia. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Delegado rebate versão, de que o colchão onde o tiner foi jogado estava ao lado da vítima. Fábio Peró afirma que o colchão foi jogado em cima do vigia. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Foram apresentados na manhã desta sexta-feira (31), os dois suspeitos de terem ateado fogo no vigia Evaldo Justino da Silva, de 41 anos, na madrugada do dia 25, no Jardim Anache, em Campo Grande. Erick Vinícius dos Reis Belga, 21 anos, que já havia confessado o crime, disse que ateou fogo porque a vítima não tinha dinheiro para comprar uma camiseta que ele estava vendendo para trocar por droga.

Usuário de pasta-base, ele contou ao delegado que anteriormente tinha vendido um casaco para Evaldo. Na madrugada de sábado, quando a vítima se negou a comprar, Erick relatou que viu o celular do vigia e uma faca em cima da mesa. Pegou, ameaçou Evaldo amarrou com fios de energia e o colocou ao lado do colchão.

À Polícia, Erick disse que colocou tiner e riscou um fósforo apenas no colchão, que estava ao lado do vigia. E que a intenção era de apenas assustá-lo. Com a propagação do fogo, ele alega que se assustou, soltou Evaldo e fugiu, junto do comparsa.

O delegado responsável pelo caso, Fábio Peró, rebate a versão e diz que a vítima contou que o fogo foi ateado com isqueiro e ainda que o crime foi mais cruel do que o relatado. O colchão foi jogado em cima dele e as mãos que estavam amarradas com fios elétricos, só foram soltas porque se romperam com o calor do fogo.

O comparsa de Erick, que também foi apresentado hoje, Kleiton Alef Santos Nascimento, 19 anos, se nega a confessar a participação no crime. Ele argumenta que apenas comprou por R$ 10 a bicicleta da vítima vendida por Erick em um bar. O dono do estabelecimento também será ouvido.

Erick afirma que Kleiton não estava presente, e ele sozinho teria jogado tiner no colchão e amarrado a vítima. Evaldo afirma que Erick ateou fogo e o amarrou e Kleiton teria ficado olhando.

Kleiton e Erick já tinham extensa passagem pela Polícia. Os dois são usuários de drogas. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Kleiton e Erick já tinham extensa passagem pela Polícia. Os dois são usuários de drogas. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Os dois já tem extensa passagem pela Polícia por roubo, furto, lesão corporal e porte de arma. Kleiton será indiciado por roubo e Erick por roubo qualificado e lesão corporal grave.

A Derf (Delegacia Especializada na Repressão de Roubos e Furtos) tem até o dia 6 para concluir o inquérito. A vítima, assim que se recuperar melhor, vai ser ouvida pela Polícia. Erick se apresentou junto do advogado e de familiares à Polícia na última quarta-feira, quando Kleiton também foi preso em uma clínica de recuperação para dependentes químicos. Nos dois casos, o delegado ressaltou que as famílias cooperaram para a prisão da dupla, dizendo onde estavam.

Estado de saúde - Evaldo continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave, na Santa Casa. O vigia foi transferido para a unidade na terça-feira, até então ele estava na ala dos queimados do hospital.

Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, não há previsão de transferência da vítima para outro setor.

Caso - O vigia teve parte do corpo queimado ao tentar evitar um roubo na madrugada do último sábado. O crime aconteceu em uma construção na rua Manche Catan David, no Jardim Anache, em Campo Grande.

Os bandidos jogaram solvente no corpo do trabalhador e atearam fogo. Em seguida, fugiram do local. Com o corpo incendiado, Evaldo saiu correndo e pediu ajuda na casa onde dormem trabalhadores da obra.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros fez o atendimento e levou o vigia para a Santa Casa.

Nos siga no Google Notícias