Ladrões de celulares espalharam terror em sequência de roubos com armas na mão
Servidora de 60 anos e clientes rendidos descrevem violência extrema; ladrão agiu sem medo de câmeras
RESUMO
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Uma onda de assaltos tem causado pânico na Vila Parati, Jardim Centro Oeste e bairros adjacentes em Campo Grande. Vídeos mostram criminosos agindo com extrema violência em plena luz do dia, rendendo vítimas na rua e em estabelecimentos comerciais, sempre em busca de aparelhos celulares. A polícia prendeu Daniel dos Santos, 28 anos, após rastreamento de um celular roubado. Com ele foram encontrados sete aparelhos, um revólver calibre 38 e drogas. A polícia investiga um esquema organizado de receptação, com prejuízos estimados em R$ 50 mil. Os moradores alteraram suas rotinas e evitam usar celulares em público.
A sensação de insegurança aumentou na Vila Parati, Jardim Centro-Oeste e bairros vizinhos após a divulgação de novos vídeos que mostram a violência com que um ladrão de celulares e seu comparsa agem na região. As imagens revelam ataques em plena luz do dia, com vítimas rendidas na rua, em frente a residências, dentro de estabelecimentos e até em uma conveniência, onde o criminoso age sem qualquer preocupação com as câmeras de segurança.
A sequência de vídeos mostra que os ladrões não se intimidam nem com câmeras. Em um dos registros, a dupla para a moto, desce com a arma em punho e encosta o revólver na cabeça de uma mulher enquanto crianças caminham pela calçada. Em outro, o ladrão entra em um comércio, anuncia o assalto e foge com aparelhos de quem estava no local. Em uma terceira imagem, ele rende clientes de uma conveniência como se estivesse invisível, repetindo o gesto de apontar a arma para intimidar as vítimas.
A servidora pública de 60 anos que procurou o Campo Grande News é uma das vítimas que não constava no boletim inicial, o que indica que a quantidade de ataques pode ser maior do que o registrado oficialmente. Ela conta que foi surpreendida às 17h, quando seguia para caminhar.
"Ele me deu um mata-leão e segurou a arma na cabeça com muita força. Eu já teria entregado o celular. Eu nem resisti. Foi muito, muito, muito agressivo mesmo", afirmou. O alvo era seu Redmi 14 S, comprado há três meses. "Eu moro há anos aqui e nunca vi nada assim. O clima é de medo, de insegurança. Estou assustada até agora."
Outra vítima relatou à reportagem que, por volta do fim da tarde, caminhava por uma rua do Jardim Centro Oeste quando foi surpreendida por dois homens em uma motocicleta azul. O garupa, armado, apontou o revólver e ameaçou: “Passa o celular. Se jogar, vou dar um tiro na sua cabeça.” A mulher entregou o aparelho sem reagir.
O caso - Segundo o Batalhão de Choque, ao menos quatro roubos foram relatados na terça-feira (2), mas moradores dizem que há mais casos espalhados pelo bairro, muitos deles sem registro policial.
A identificação do ladrão avançou depois que uma das vítimas rastreou o aparelho até uma área de invasão na Rua Araraquara. No local, a PM encontrou Daniel dos Santos, 28 anos, que autorizou a entrada da equipe. No quarto do casal, os policiais localizaram uma mochila escondida com sete celulares roubados, inclusive modelos de alto valor, além de um revólver calibre 38 carregado e 51,6 gramas de cocaína.
Ao ser questionado, Daniel afirmou que receberia R$ 500 para guardar o material a pedido de um homem conhecido como Preto, da Invasão da Homex. Na delegacia, vítimas reconheceram Daniel como o garupa armado que descia da moto para realizar as ameaças.
Segundo a PM, a dupla não agia sozinha. A polícia trabalha com a hipótese de que os roubos abasteciam um grupo organizado, responsável por coletar os celulares, armazenar o material e repassá-lo. O prejuízo estimado aos moradores já passa de R$ 50 mil.
Enquanto a polícia tenta localizar "Preto" e identificar os demais envolvidos, moradores relatam mudanças no dia a dia: ninguém usa mais o celular na rua e caminhar sozinho virou risco.
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