ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Prefeitura “escapa” do lockdown, após acordo para decreto com novas medidas

Novas regras devem ser publicadas em decreto pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), nesta terça-feira (11)

Adriano Fernandes | 10/08/2020 21:37
Reunião de conciliação realizada no fóruma de Campo Grande, nesta noite. (Foto: TJMS) 
Reunião de conciliação realizada no fóruma de Campo Grande, nesta noite. (Foto: TJMS)

Prefeitura e Defensoria Pública chegaram ao consenso de não adotar o lockdown em Campo Grande, sob a condição de estabelecer novas medidas restritivas a partir de agora. No decorrer desta segunda-feira (10), o juiz responsável pela ação Ariovaldo Nantes Correa e os representantes das partes envolvidas no processo, foram ver de perto a situação dos hospitais públicos e particulares que atendem vítimas da covid-19 na Capital.

Após a inspeção, já por volta das 18h30 todos se reuniram no Fórum da Capital para mais uma nova tentativa de conciliação. Foram pouco mais de duas horas de reunião até que a prefeitura, entidades do comércio e defensoria, decidiram que não vai ter lockdown, contanto que o município endureça ainda mais as regras de isolamento.

Prefeito reunido com os representantes de cada parte do processo, no Hospital da Cassems. (Foto: TJMS) 
Prefeito reunido com os representantes de cada parte do processo, no Hospital da Cassems. (Foto: TJMS)

As medidas ainda não foram divulgadas, mas à reportagem o procurador-geral do Município Alexandre Ávalo adiantou que serão intensificadas as blitze, que são focadas em coibir embriaguez ao volante, reduzir acidentes e assim evitar sobrecarga nos hospitais.

Ainda conforme o procurador o horário de funcionamento do comércio, também será mantido até no máximo 21h. "A prefeitura sustentou com dados técnicos, que não seria necessário e nem adequado para o momento a adoção do lockdown. De que ele não traria resultados efetivos no combate a pandemia e ainda teria impacto negativo em toda a cadeia econômica", comentou Ávalo.

De acordo com a prefeitura até esta segunda-feira (10) a taxa global de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Capital é de 90% nos hospitais públicos e 79% nos privados. Conforme apurado durante a inspeção, dos 252 leitos disponíveis nos hospitais do SUS, 226 estão ocupados. Entre os 305 leitos presentes nos particulares apenas em 240 há pacientes.

“Amanhã iremos nos reunir novamente para discutir o posicionamento de todos e achar um ponto comum sobre quais medidas serão adotadas. Buscamos o equilíbrio entre a saúde e a economia”, comentou. O encontro está marcado para às 10h30.

As novas regras devem ser publicadas em decreto do prefeito Marquinhos Trad (PSD) amanhã (11) e, possivelmente, passarão a valer já a partir de quarta-feira (12).

Lockdown - Na primeira tentativa de conciliação, ocorrida na sexta-feira (7) passada a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul havia apresentado varias alternativas para restringir a movimentação na cidade. Caso a taxa de ocupação de leitos fosse mantida entre 80 e 84%, por exemplo, academias, clubes, escolas e parques teriam de fechar.

Se a taxa fosse entre 85 e 89% por três dias consecutivos, o comércio varejista, igrejas, bares e restaurantes fechariam. Com a ocupação em 95% para mais, o transporte coletivo sofre restrições, construção civil e indústria também têm de parar.

A Defensoria Pública entrou com o pedido de lockdown na Justiça, diante do aumento diário no número de casos e mortes de covid-19, na Capital. Além da prefeitura, foram contra a medida, entidades como a ACICG (Associação Comercial de Campo Grande) e Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), dentre outras. O processo tramita na 1ªVara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, da Capital.

Nos siga no Google Notícias