Réus têm penas de 16 a 19 anos por espancamento e morte de preso que traiu PCC
Três colegas de cela de Julian Kenedi da Silva foram condenados pela morte do preso, ocorrida no Natal de 2019

Os três réus julgados pelo espancamento e asfixia de Julian Kenedi Vilhalva da Silva, dentro de cela do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), foram condenados a penas de 16 a 19 anos de prisão, em regime fechado. Um deles, julgado à revelia, teve a prisão preventiva decretada.
O julgamento aconteceu ontem, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande.
Silva foi morto aos 31 anos, no dia 25 de dezembro de 2019. A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que a vítima foi morta por ter traído o PCC (Primeiro Comando da Capital) e se aliado à facção rival, o CV (Comando Vermelho). também consta nos depoimentos que ele teria tentado repassar sabão como se fosse pasta base de cocaína, causando prejuízo ao PCC.
O preso foi agredido a socos, chutes e pontapés, tendo fraturado costelas e dentes. Depois, foi asfixiado até a morte. No corpo, recebeu inscrição com pasta de dente: “CV” e “Era CV”.
Seis presos foram acusados do crime, sendo denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e sem chance de defesa da vítima e participação de organização criminosa.
Ontem, três foram julgados: Junior Fábio de Jesus Barbosa, 31 anos, o “Mão na Pedra” ou “Treteira”, Edevaldo Carlos Pereira, 39 anos, o “Italiano” ou “Pedreiro”, e Pedro Henrique Gonçalves Benites, 30 anos, o “Peito Queimado”, o último, à revelia, pois não foi localizado para comparecer ao julgamento.
Os jurados levaram em conta a acusação que apontava os três homens como participantes da sessão de espancamento do preso. Edevaldo Pereira recebeu a maior pena, por conta de condenações anteriores e circunstâncias judiciais (do crime, culpabilidade e motivo). Foi condenado a 16 anos de prisão pelo homicídio qualificado e 3 anos e 7 meses por integrar organização criminosa, totalizando 19 anos, 7 meses e 15 dias-multa.
Junior Fábio Barbosa e Pedro Henrique receberam penas de 16 anos e 6 meses pelo homicídio e por integrarem organização criminosa. No caso do último, o juiz Aluizio Pereira dos Santos ainda decretou a prisão preventiva, já que as penas devem ser cumpridas já em regime fechado.
Réu confesso – Ainda conforme denúncia, outros três presos também participaram do homicídio, mas apenas um deles foi condenado: Otávio Gomes da Cruz Pereira, 32 anos, o “Hippie” ou “Galo”, que confessou o crime.
No dia 19 de fevereiro de 2021, “Galo” foi julgado e condenado a 19 anos e 11 meses de reclusão e 20 dias-multa. Os outros dois, Leandro Carrilho de Abreu, 29 anos, o “Neguinho”, e Marco Antônio Gonçalves de Souza Neto, 32 anos, o “Farinha” ou “Marquinho”, foram absolvidos, por falta de provas.