Com protesto, servidores, professores e acadêmicos iniciam greve na UFMS
Greve acontece em Campo Grande e municípios do anterior. Em todo País, movimentação completou um mês no último domingo

Entre apitos, gritos e batuques, tinha servidor até vestido de morte. De luto pela educação no país. “É uma forma de protesto, mostrar que a educação está morrendo e o Governo não está fazendo nada”, explica sobre a fantasia, o coordenador geral da Sista (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino do Estado de Mato Grosso do Sul) , Lucivaldo Alves dos Santos. Este era o clima desta tarde na UFMS, após a deflagração da greve dos servidores e professores, que contou com a participação dos alunos. Fato inédito em Mato Grosso do Sul.
Foi com os gritos “a nossa luta unificou. É estudante, servidor e professor” que, segundo Lucivaldo, cerca de 300 pessoas saíram desde a unidade 8, passando corredor central, biblioteca e CCHS (Centro de Ciências Humanas e Sociais).
A animação era grande, de longe se podia ouvir onde o movimento estava concentrado. Quem está na universidade há 40 anos relembra dos altos e baixos vividos ali.

“Principalmente nos últimos 10 anos tem tido decadência tanto na questão física, corpo docente e de qualidade no ensino. A greve não é do professor, é da universidade”, fala o professor de Educação Física, José Luiz Finocchio, 63 anos.
A paralisação que envolve professores, técnicos e acadêmicos é resultado da assembleia realizada no último dia 15, considerada inédita pela participação das três classes.
José Luiz relembra que isso aconteceu poucas vezes e tem uma resposta pronta. “Isso reflete a condição que chegou o ensino”, completa.
A Adufms afirma que os docentes estão desde 2007 sem reajuste e que não há um percentual definido, mas a classe luta para pelo menos reposição da inflação do período dos últimos cinco anos.


Os acadêmicos eram quem conduziam a manifestação. Se por segundos era ouvido o silêncio, o tempo servia apenas para ensaiar o novo grito. A estudante do 1º semestre de Letras, Micaeli Monteiro de Oliveira, 18 anos, ressalta que a luta acadêmica é em prol das melhorias.
“Queremos principalmente exigir voto paritário. Já estava na hora, precisamos de muitas melhorias físicas e administrativas”, diz.
As próximas atividades do movimento serão reuniões nesta sexta-feira. Na parte da manhã será com técnicos e na tarde, dos professores.
A greve acontece em Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas. Em todo País, a greve dos professores das universidades federais completou um mês no último domingo (17) e segue sem perspectiva para o fim do movimento.