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Interior

Onça-pintada é vista em distrito e assusta moradores de Ponta Porã

Vídeos de moradores circulam em grupos de WhatsApp, mas nenhum mostra o animal

Por Jéssica Fernandes e Hélio de Freitas | 18/06/2025 14:46


RESUMO

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Moradores de Nova Itamarati, distrito de Ponta Porã (MS), relatam aparições de onça-pintada rondando casas e plantações de milho. Vídeos gravados por moradores circulam em grupos de WhatsApp, mostrando os locais onde o animal teria sido avistado e comido ossos de animais. O medo tem deixado moradores reclusos em suas casas.Avistamentos de onças-pintadas têm ocorrido em outras cidades de Mato Grosso do Sul, como Corumbá, onde um felino foi flagrado por câmeras de segurança atacando uma cadela. Em Paranaíba, uma onça-parda foi vista em dois bairros, causando temor em alguns moradores. Equipes ambientais têm realizado ações de conscientização junto à população, especialmente em áreas com pouca iluminação, que favorecem a aproximação dos animais.

Relatos de uma onça-pintada rondando casas voltaram a surgir nas redes sociais, mas desta vez são os moradores do distrito Nova Itamarati, em Ponta Porã, a 313 km da Capital, que contam ter visto o animal de perto. A onça estaria circulando por diversas plantações de milho na região, na quarta-feira (18).

A reportagem teve acesso a vídeos gravados por duas moradoras do distrito, que relatam como viram o animal. As filmagens circulam em um grupo de WhatsApp que teria sido criado pelos próprios moradores para compartilhar informações desde que a onça apareceu na região.

Em nenhum dos vídeos é possível ver a onça-pintada, mas uma das mulheres descreve o momento em que teria encontrado o animal comendo ossos. “Aqui é o portãozinho por onde ela entrou e pegou os ossos. Encontrei ela comendo os ossos, abraçada nos ossos”, relata.

Uma segunda moradora, que se identifica como Marilda Quintana, comenta que a onça apareceu próxima ao lote 16, no momento em que esperava os filhos chegarem da escola. Depois disso, afirma que tem evitado sair de casa por medo. “Ela apareceu muito perto, quase como no caso da dona Sônia. É bastante complicado, precisamos de ajuda. Não estou mais saindo nem de casa”, pontua.

Em Mato Grosso do Sul, o aparecimento de onça-pintada não se limita ao distrito de Ponta Porã. Em maio, moradores de Corumbá também relataram a presença do animal na área urbana.

Um desses casos foi registrado por câmeras de segurança de uma casa, que mostram o felino caminhando pelo quintal enquanto os cachorros da família correm atrás dele. A visita da onça-pintada deixou cicatriz em uma das cachorras, a poodle Mia, que sofreu um ferimento na cabeça.

Técnicos da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal realizaram uma ação conversando com moradores da  Cacimba da Saúde, uma das áreas mais densas e sem infraestrutura, como iluminação pública.

A equipe da fundação, coordenada pela bióloga Marina Daibert e a veterinária Arleni Mesquita, ouviu relatos da presença de onça circulando próximas às residências, com casos de predação de animais domésticos, principalmente à noite. Os moradores reclamam da escuridão, fator que favorece a aproximação do animal.

Também em maio, uma onça-parda foi vista por moradores de Paranaíba em dois bairros diferentes: Vila Santo Antônio e o Bairro Santa Alice. A presença dela dividiu os moradores entre os que sentiam receio e aqueles que pareciam mais "corajosos". A PMA (Polícia Militar Ambiental) fez buscas na cidade após o caso.

Com o aumento de avistamento de onças no Estado, órgãos ambientais divulgaram uma nota técnica com medidas de segurança e monitoramento. Na nota técnica, são propostas três frentes principais de atuação: a criação de um sistema de monitoramento com patrulhas periódicas, uso de armadilhas fotográficas nas trilhas usadas pelos animais e rondas em horários flexíveis, priorizando deslocamentos escolares.

O documento também orienta a população sobre como agir em caso de encontros com onças. A principal recomendação é nunca correr, manter a calma, tentar parecer maior, fazer barulhos altos e, se possível, buscar abrigo em locais seguros, como veículos ou residências. Se o avistamento ocorrer à distância, a orientação é manter pelo menos 100 metros do animal, evitar aproximação para fotos ou vídeos e comunicar imediatamente os órgãos responsáveis.

Neste ano, o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, morreu após ser atacado por uma onça na região do Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense. Em 21 de abril de 2025, ele desapareceu após ser atacado por uma onça-pintada enquanto realizava suas atividades matinais no local.

O corpo de Jorge foi encontrado no dia seguinte por seu cunhado, a aproximadamente 300 metros do ponto do ataque. A onça foi capturada por equipes da PMA e trazida para Campo Grande onde passou por exames. Posteriormente, o animal foi transferido para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo.

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